“Em
última análise, é sempre a morte que a propaganda, discurso da irrestrita
satisfação objetal capitalista, busca negar. Estudá-la em suas várias representações,
em suas manifestações simbólicas é, também, apontar a uma consciência mais
honesta do sujeito acerca da própria via. É encontrar na infelicidade comum
daqueles que se percebem mortais uma alternativa mais plausível do que a
alienação no desejo do Outro capitalista. Relegada a ser tabu, recalcada, a morte torna-se usina de medos, dores e angústias
úteis à sociedade de consumo. Proibida, gera paixões contraditórias sobre as
quais – como ocorrera com a sexualidade no Ocidente monoteísta – teme-se falar.”
(Pereira, pág. 48 e 49).
Clóvis Pereira, Thânatos e civilização – A morte entre a psicanálise e a história da
cultura
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