Leituras diárias

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

 


“Em última análise, é sempre a morte que a propaganda, discurso da irrestrita satisfação objetal capitalista, busca negar. Estudá-la em suas várias representações, em suas manifestações simbólicas é, também, apontar a uma consciência mais honesta do sujeito acerca da própria via. É encontrar na infelicidade comum daqueles que se percebem mortais uma alternativa mais plausível do que a alienação no desejo do Outro capitalista. Relegada a ser tabu, recalcada, a morte torna-se usina de medos, dores e angústias úteis à sociedade de consumo. Proibida, gera paixões contraditórias sobre as quais – como ocorrera com a sexualidade no Ocidente monoteísta – teme-se falar.” (Pereira, pág. 48 e 49).

 

Clóvis Pereira, Thânatos e civilização – A morte entre a psicanálise e a história da cultura


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