“Nos
primeiros anos deste século (século XX) ainda existiam, próximo da costa, entre
alguns dos principais núcleos de população do Sul do Brasil, extensas manchas
de mata virgem, desertas ou somente ocupadas por tribos hostis. Era o que
restava da floresta atlântica que, ao tempo da descoberta, se estendia ao longo
da costa, numa faixa de duzentos a trezentos quilômetros de largura desde o Nordeste
até o extremo Sul do País, ora avançando profundamente para o interior, ora
alcançando a orla marítima. Todas as tribos que sobreviviam naquelas manchas
haviam experimentado contatos com civilizados; alguns deles chegaram a conviver
com missões de catequese e guarnições de vigilância, mas a maioria somente
tivera encontros intermitentes e hostis. Umas e outra, porém, haviam aprendido,
na própria carne, a fugir desses contatos e a hostilizar todas as tentativas de
penetração em seu território.” (Ribeiro, pág. 91 e 92)
Darcy Ribeiro, Os índios e a civilização – A integração das populações indígenas no
Brasil moderno
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