Leituras diárias

segunda-feira, 20 de junho de 2022

 



“Nos primeiros anos deste século (século XX) ainda existiam, próximo da costa, entre alguns dos principais núcleos de população do Sul do Brasil, extensas manchas de mata virgem, desertas ou somente ocupadas por tribos hostis. Era o que restava da floresta atlântica que, ao tempo da descoberta, se estendia ao longo da costa, numa faixa de duzentos a trezentos quilômetros de largura desde o Nordeste até o extremo Sul do País, ora avançando profundamente para o interior, ora alcançando a orla marítima. Todas as tribos que sobreviviam naquelas manchas haviam experimentado contatos com civilizados; alguns deles chegaram a conviver com missões de catequese e guarnições de vigilância, mas a maioria somente tivera encontros intermitentes e hostis. Umas e outra, porém, haviam aprendido, na própria carne, a fugir desses contatos e a hostilizar todas as tentativas de penetração em seu território.” (Ribeiro, pág. 91 e 92)

 

Darcy Ribeiro, Os índios e a civilização – A integração das populações indígenas no Brasil moderno


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