TEMPO DE RECONSTRUÇÃO!
(Fonte G1)
Desde 21 de maio de 2010 - Editor: Ricardo Ernesto Rose
Gonzaguinha, nome
artístico de Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior (Rio de
Janeiro, 22 de setembro de 1945 – Renascença ou Marmeleiro, 29 de abril de 1991), foi um cantor e compositor brasileiro.
Gonzaguinha era filho registrado, mas não natural, do cantor e compositor
pernambucano Luiz Gonzaga e de Odaleia Guedes dos
Santos, cantora do Dancing Brasil.
Compôs a primeira canção "Lembranças da
Primavera" aos 14 anos, e em 1961, com 16 anos, foi morar no bairro
de Cocotá,
na ilha do Governador, com o pai para estudar.
Mais tarde, estudou Economia na Universidade Cândido Mendes. Na casa do
psiquiatra Aluízio Porto Carrero conheceu e se tornou amigo de Ivan Lins.
Conheceu também a primeira mulher, Ângela, com quem teve 2 filhos: Daniel e
Fernanda. Teve depois uma filha com a atriz Sandra Pêra,
a atriz e cantora Amora Pêra. Foi nessa convivência na casa do psiquiatra, que
fundou o Movimento Artístico Universitário (MAU), com Aldir Blanc, Ivan Lins, Márcio
Proença, Paulo Emílio e César Costa Filho. Tal movimento teve
importante papel na música popular do Brasil nos anos 70 e
em 1971 resultou no programa na TV Globo Som Livre Exportação.
Caracterizado
por uma postura de crítica à ditadura, foi visado
pelo DOPS.
Assim, das 72 canções mostradas a esse órgão, 54 foram censuradas,
entre as quais o primeiro sucesso, Comportamento Geral. Neste início de
carreira, a apresentação agressiva e pouco agradável aos olhos dos meios de
comunicação valeu-lhe o apelido de "cantor rancor", com canções
ásperas, como Piada Infeliz e Erva.
Com
o começo da abertura política, na segunda metade da década de
1970, começou a modificar o discurso e a compor canções de tom mais
aprazível para o público da época, como Começaria Tudo Outra Vez, Explode
Coração, Espere por Mim Morena, Grito de Alerta, Sangrando, Eu apenas
queria que você soubesse, Caminhos do coração, O que É o que É, Feliz , Mamão
com Mel e Lindo Lago do Amor, também temas de reggae,
como Nem o Pobre nem o Rei.
As composições foram gravadas por muitos dos grandes intérpretes da MPB, como Gal Costa, Maria Bethânia, Zizi Possi, Simone, Elis Regina (Redescobrir ou Ciranda de Pedra), Fagner, e Joanna. Dentre estas, destaca-se Simone com os grandes sucessos de Sangrando, Mulher, e daí e Começaria tudo outra vez, Da maior liberdade, É, Petúnia Resedá. Em 1975, dispensou os empresários e tornou-se um artista independente, o que fez em 1986 fundar o selo Moleque, pelo qual chegou a gravar dois trabalhos.
Nos
últimos doze anos de vida, Gonzaguinha viveu em Belo
Horizonte com a segunda mulher Louise Margarete Martins
(Lelete) e a filha deles, a caçula Mariana.
(Fonte
do texto: Wikipedia)
As melhores musicas do rock
Joelho de Porco
São Paulo 1554
Música: São Paulo by day (1976)
https://www.youtube.com/watch?v=KzJGBQSObz8&list=TLPQMDkxMDIwMjIGnrCZXmYKrw&index=2
(...) A banda Joelho de Porco, no entanto, em seu repertório e integrantes mais
conhecidos pelo público, surgiu em maio de 1972, quando tocaram no TUCA e era formado
por Tico Terpins (violão, voz e guitarra base; ex-integrante de Os Baobás),
Próspero Albanese (bateria e vocais), Gerson Tatini (baixista que tocou
guitarra por alguns meses em 1972), Rodolfo Ayres Braga (baixo e vocais;
ex-integrante de Terreno Baldio e The
Jet Blacks), Walter Baillot (guitarra solo; ex-integrante de Provos e Século
XX, substituiu Gerson Tatini após convite de Rodolfo Ayres Braga), Conrado Ruiz
(guitarra, piano e vocais; ex-Mona) e Flavio Pimenta (bateria e percussão). Com
esta formação, em 1973, gravaram o compacto simples "Se Você Vai de
Xaxado, Eu Vou de Rock And Roll/Fly America", produzido pelo ex-Mutantes Arnaldo
Baptista, que também participa como músico tocando minimoog.
Três
anos depois, o Joelho lançou seu primeiro LP, "São Paulo 1554/Hoje"; um dos mais
elogiados discos do pop da
época, misturando rock pesado e referências tropicalistas em
faixas como "Boeing 723897" e "Mardito Fiapo de Manga".
Participaram Próspero Albanese (voz), Tico Terpins (baixo e vocais), Walter
Baillot (guitarras e vocais), Flavio Pimenta (bateria), Sérgio Sá (arranjos,
pianos e órgão) e Dudy Guper (percussão). Sem grandes recursos financeiros, os
integrantes alugaram o horário noturno do estúdio Vice-Versa em São Paulo,
que pertencia ao maestro Rogério
Duprat, uma vez que à noite era mais barato (...).
(Fonte do texto: Wikipedia)
“Todavia,
querer estar no controle não é o mesmo que efetivamente estar no controle. Nem
a crença de “eu estou no controle” faz isso. A partir da perspectiva budista,
toda escolha ou decisão é o resultado de uma infinita e complexa conexão de
redes de causas e condições prévias, algumas delas biológicas ou
evolucionárias, outras sociais ou históricas – incluindo, se você quiser, a
influência de incontáveis vidas passadas. Em todo caso, nenhuma escolha ou
decisão é totalmente incondicionada, o ato livre e arbitrário de um agente
onipotente. Ainda assim, enquanto acredito ser um indivíduo, acredito que tomo
decisões. Ou podemos dizer de maneira contrária; alguém poderia dizer assim: eu
acredito que escolho, logo acredito que sou (existo).
A
rede de causas e condições que moldam cada escolha ou decisão particular não
tem começo, fundamento último ou ponto de origem. No jargão budista uma decisão
é de “originação dependente”. No contexto das experiências individuais o não
fundamento das escolhas e decisões é imediatamente evidente na maneira como se
manifestam espontaneamente, sem qualquer causa aparente. Escolhas e decisões –
como todos os pensamentos – simplesmente ocorrem; eles “aparecem na minha
cabeça” (como dizemos) vindas de lugar nenhum, como mágica. Por exemplo, todo
mundo já teve a experiência de não ser capaz de decidir o que fazer em determinada
situação crítica. Eu tento tomar uma decisão, sem sucesso. Finalmente, paro de
tentar e desisto. Vou dormir ou penso em outra coisa. E, miraculosamente a decisão
está tomada!
O
fato de eu não ver isso – ou seja, de que me imagino como um agente autônomo fazendo
escolhas e tomando decisões – é, de acordo com o ensinamento budista, a mais
básica e sutil forma de ignorância. Ser ignorante desta maneira significa que
atuo a partir de um ilusório senso de liberdade e controle pessoal, dominado
por uma avidez constante e autocentrada, sem proporção e medida. A ignorância
deste tipo está aliada não somente a um descontentamento sem remorsos, mas
também a uma pronunciada falta de humildade, cheia de arrogância e orgulho –um inflado
senso de nossa própria força, a qual os antigos gregos chamavam de hubris, que leva inexoravelmente ao
desapontamento e ruína. ‘Porque desejos possessivos ao mesmo tempo destroem o
que desejam e são escravizados pelo que destroem’.” (Huntington Jr, págs. 54 e 55)
C.
W. Huntington Jr, What I don’t know about death (O que eu não sei sobre a morte
– trechos traduzidos por Ricardo Ernesto Rose)
Carlos Castelo Branco, jornalista, contista e romancista, nasceu em Teresina, PI, em 25 de junho de 1920, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 1º de junho de 1993. Era filho do desembargador Cristino Castelo Branco e de Dulcila Santana Branco. Formou-se em Direito pela Universidade de Minas Gerais, em 1943. Jornalista desde 1939, trabalhou na cadeia dos Diários Associados, passando por diversos cargos de chefia e fixando-se como repórter político, a partir de 1949, inicialmente em O Jornal, depois no Diário Carioca e na revista O Cruzeiro.
Vocação
literária intermitente e absorvida pelo jornalismo, Castelo Branco foi parte da
“geração mineira de 1945”, ao lado de Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos e
Fernando Sabino, tendo publicado, em 1952, o livro Continhos brasileiros. Único contista piauiense citado por Herman
Lima no seu livro Variações sobre o
conto (MEC), a carreira puramente literária de Carlos Castelo Branco
interrompeu-se com o romance Arco de triunfo, publicado em 1959, para dar
lugar a uma das mais fulgurantes carreiras do jornalismo brasileiro.
A
atividade jornalística de Castelo seria interrompida brevemente em 1961, quando
assumiu o cargo de Secretário de Imprensa do presidente Jânio Quadros. A
proximidade com Jânio Quadros possibilitou-lhe recolher dados e circunstâncias
que ninguém mais seria capaz de alinhar com tanta percuciência e segurança, e
que ele iria relatar no seu livro póstumo A renúncia de Jânio (1996).
Ele próprio condicionou a publicação do depoimento a um prazo além de sua morte,
porque não queria ninguém a apontar-lhe reservas e omissões, ou até
incapacidade em explicar a renúncia do presidente Jânio Quadros. Se houvesse
por acaso alguma explicação objetiva, o notável jornalista que foi Castelo
Branco certamente decifraria as motivações desse ato.
Voltou
ao jornalismo em 1962, como chefe da sucursal do Jornal do Brasil em
Brasília, cargo que exerceu até 1972, e como colunista político, que foi até o
fim da vida, na sua “Coluna do Castelo”. Reunindo suas colunas, publicou uma série
de livros sobre “os fatos que precederam e sucederam o Movimento de março de
1964”: os dois volumes de Introdução à Revolução de 1964 e os quatro
volumes de Os militares no poder,
que teriam seu seguimento, conforme disse o autor, “na medida da persistência
do interesse público por um depoimento que, à margem da história, procura dar
apenas uma visão parcial e contemporânea de situações complexas, repetitivas,
monótonas, mas apaixonantes.” A “Coluna de Castelo” representou, por unânime
consenso, a peça mais importante do jornalismo político brasileiro. Sua
leitura, todos os dias, constituía uma obrigação fundamental de todas as
pessoas com qualquer dose de interesse, direto ou indireto, na vida pública do
país.
A
história de Carlos Castelo Branco confunde-se com a história da
redemocratização brasileira. Desde a queda da ditadura Vargas, Castelinho, como
todos os jornalistas o chamavam, passou a viver e a respirar com as
instituições políticas. Pode-se dizer mesmo que passou a fazer parte delas:
quando a liberdade florescia, Castelo se tornava uma das personalidades
importantes da República; nas épocas de repressão, esteve sempre na primeira
lista dos encarcerados. Após o AI-5 (1968) não escapou da prisão e de
prestar depoimentos no DOPS. Não que ele fosse subversivo, perigoso. Ao
contrário, era conservador e pacato. Mas seus escritos tinham a virtude de
incomodar os poderosos que, a pretexto de salvar a pátria, escravizavam seus
concidadãos.
Além
da aptidão jornalística de testemunhar, registrar e reter na memória, Castelo
era uma estrela de primeira grandeza na arte de interpretar os fatos políticos.
Em 1976 foi presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito
Federal, cargo que exerceu até 1981. Na direção do sindicato,
Castelo enfrentava constantemente os militares, mas o fez com diplomacia,
procurando não criar atritos. Dessa forma, conseguiu contornar até uma ameaça
de intervenção, que ocorreria caso realizasse uma reunião da Intersindical
(precursora das centrais sindicais) na sede do sindicato. Castelo despistou a
polícia ao transferir a reunião para um clube. Em sua homenagem, o auditório do
sindicato leva seu nome.
Em
24 de outubro de 1978, foi homenageado nos Estados Unidos com o prêmio Maria
Moors Cabot, pela Universidade de Columbia, Nova York, destinado aos
jornalistas notáveis das Américas. Recebeu também o Prêmio Mergenthaler, de
liberdade de imprensa; o Prêmio Nereu Ramos de jornalismo, dado pela Universidade
de Santa Catarina; e o Prêmio Almirante, na área de jornalismo.
Foi
casado durante 44 anos com Élvia Lordello Castelo Branco, ministra
do Tribunal de Contas da União, teve três
filhos, Rodrigo, Luciana e Pedro. Rodrigo morreu prematuramente aos 25 anos de
idade e Pedro também já faleceu. Com problemas de saúde, que começaram a se
agravar a partir de 1986, Castelo faleceu em 1993.
Castelo
foi membro da Academia Piauiense de Letras, do Pen Clube do Brasil e da Associação Nacional de Escritores.
Dentre suas principais obras estão: Continhos brasileiros (1952); Arco de
triunfo, romance (1959); Da conspiração à revolução, em Os idos de março e a queda em abril (1964);
Introdução à Revolução de 1964, 2 vols. (1975); Os militares no poder, 4 vols.
(1977, 1978, 1980 e 1981); Retratos e fatos da história recente (1994) A
renúncia de Jânio (1996)
Frases
de Carlos Castelo Branco
“A
maior virtude do ser humano é saber reconhecer o mais forte, e nunca pelear
contra o mais fraco, para que sua vitória não seja contestada.”;
“Meu
mundo é das relatividades, talvez das dubiedades e quase nunca tomo decisões
definitivas ou finais porque costumo ficar na expectativa de ter de abandonar
as decisões de hoje, ou emenda-las. Estou longe, portanto, de ser um moralista”
(Carta ao filho Pedro);
“Eu
não me sentia identificado com o jornalismo, tinha aspiração de ser escritor,
pela convivência com aquele grupo mineiro. Lia muita literatura, passei a ter
uma certa aspiração literária, de me realizar literariamente.” (Entrevista a
Adriana Zarvos);
“O
jornalismo de maneira geral, é uma atividade inferior. Mas fui me entregando ao
dia-a-dia da vida, e aceitei a realidade. Não lutei para ter a minha condição
de escritor. Para se ter família é preciso trabalhar muito, eu trabalhava em
três, quatro jornais para ter um padrão de renda bom.” (Entrevista a Adriana
Zarvos);
“Então
o censor se sentava na minha mesa, ficava defronte de mim e ia lendo tudo que
eu mandava. E vetava. Era proibido mostrar em título a palavra “democracia”,
por exemplo. Não tinha telex. Era por telefone que se pegava a notícia. Eu
passei uns seis meses trabalhando ao telefone. Era ruim, tinha estática.” (Entrevista
a Adriana Zarvos).
(Fontes:
Academia Brasileira de Letras, Wikipedia, FGV CPDDOC, Reinaldo Azevedo
no UOL, Site Carlos Castelo Branco -
https://www.carloscastellobranco.com.br/index.php)
A maioria dos críticos do educador e
pensador brasileiro Paulo Freire nunca o leram. "Não conheço, nunca li,
mas não gosto", dizem. Seja diferente e aproveite a oportunidade de ler
algumas obras deste pedagogo mundialmente famoso no link do Sindicato dos Trabalhadores
em Educação Pública do Paraná (APP) abaixo:
https://appsindicato.org.br/paulo-freire-17-livros-para-baixar-em-pdf/
As melhores músicas do rock
Frank Zappa
Zoot Allures (1976)
Música: Zoot Allures
https://www.youtube.com/watch?v=fdQmhhi5cLI
Frank Vincent Zappa (Baltimore, 21 de
dezembro de 1940 — Los Angeles, 4 de dezembro de 1993) foi um compositor, cantor, guitarrista, multi-instrumentista, produtor e realizador americano.
Considerado um dos maiores músicos e compositores do séc. XX.
Com
uma carreira de mais de trinta anos, a sua obra musical estendeu-se pelo rock, fusion, jazz, música eletrônica, música concreta e música clássica. Zappa compôs e produziu quase
todos os seus 60 álbuns.
Os Mothers of Invention, banda que o
acompanhou em grande parte da carreira era apenas o conjunto de músicos que o
acompanhava nos seus concertos e gravações não tendo por isso uma estrutura
estática, mudando constantemente os seus elementos. Apesar de sempre se ter
considerado como um músico averso e contrário à indústria musical,
principalmente contra a sua máquina comercial, esta não pode deixar de
reconhecer a sua genialidade.
Entre
os inúmeros
prêmios que ganhou em vida, e que continua ganhando postumamente,
destacam-se dois prêmio Grammy (1985 e 1988) e
um Grammy Lifetime Achievement Award,
em 1997. Foi
considerado o 22º Melhor Guitarrista de todos os tempos pela Revista
Rolling Stone, um dos 100 Maiores Artistas de todos os Tempos
(posição 71) pela mesma revista, e um dos 100 Maiores Artistas/Bandas
de Hard Rock de Todos os Tempos (posição 36) pelo canal VH1. É,
ainda, a única pessoa a ter sido incluída nos Halls da Fama tanto do Jazz
quanto do Rock and Roll.
Na
adolescência, adquiriu um gosto por compositores de música de vanguarda baseada na percussão,
como Edgard Varèse, e também pelo rhythm and
blues dos anos 1950. Zappa começou a escrever música clássica
no ensino médio, à mesma época em que tocava bateria em bandas de rhythm and blues
- ele fez a troca para a guitarra posteriormente. Compositor e performista da
sua própria música, com influências diversas, o seu trabalho é praticamente
impossível de ser categorizado. O seu álbum de estreia com o Mothers of
Invention, Freak Out!, combinava canções no formato
convencional do rock and roll com improvisações coletivas e colagens de som
realizadas em estúdio. Os seus últimos álbuns também continham essa abordagem
eclética e experimental, independentemente de o formato fundamental ser rock,
jazz ou clássica. Ele escreveu as letras de todas as suas canções, as quais -
frequentemente humorística - refletiam a sua visão iconoclástica dos processos
sociais e políticos, estruturas e movimentos estabelecidos. Era um grande crítico
do método de educação e da religiões,
e um forte defensor da liberdade de expressão, da autodidática e
da abolição da censura.
Na
tese de mestrado "O estranho perfeito: a música orquestral de Franz
Zappa", o pesquisador Martin Herraiz divide a carreira de Frank Zappa em 4
fases: A primeira (1965 - 1971), onde se inclui todo o trabalho com suas
bandas Mothers of Invention/Mothers, e na qual
Zappa apresenta ao mercado fonográfico todo seu pioneirismo (primeiro álbum
duplo da história da música, criação do jazz-rock,
novas técnicas de gravação, etc.). A segunda (1972 - 1978), caracterizada pela
exploração do virtuosismo instrumental e de canções expressamente humorísticas.
A terceira (1979 - 1988), a mais produtiva de Zappa, onde estão, além de alguns
de seus mais importantes projetos orquestrais, o aperfeiçoamento da xenocronia,
o engajamento na política (especialmente no ativismo anti-censura), álbuns focados
em seus solos de guitarra e mais alguns na utilização do Synclavier
DMS. E a quarta e última fase (1989 - 1993), já após a descoberta
do câncer de próstata em fase avançada, na
qual ele se empenha em finalizar a maior quantidade projetos possíveis (HERRAIZ,
2010, págs 23 a 28).
Frank
Zappa faleceu, em decorrência de um câncer de próstata, em 4 de dezembro de 1993, um sábado,
17 dias antes de completar 53 anos. Era casado com Adelaide Gail Sloatman, com quem
teve quatro filhos: Moon Unit, Dweezil Zappa,
Ahmet Emuukha Rodan e Diva Thin Muffin Pigeen.
(Fonte do texto: Wikipedia)
https://www.guiadasartes.com.br/sergio-ferro/obras-principais
“O Brasil passou, durante sua evolução
econômica, social e política, por dois ciclos revolucionários. O primeiro deles
ocorreu no contexto histórico da emancipação política e do desenvolvimento de
um Estado nacional independente. O segundo deu-se no contexto da desagregação
da ordem social escravista e senhorial (o nosso antigo regime) e da
expansão da ordem social competitiva. Se usássemos a periodização fornecida por
“grandes acontecimentos históricos”, o primeiro ciclo compreenderia oito
décadas (de 1808, data da transferência da Corte, a 1888, data da Abolição); e
segundo também abrangeria quase oito décadas (contando-se da última data aos
nossos dias). (Fernandes, pág. 151)
Florestan Fernandes, Sociedades de classe e subdesenvolvimento
Millôr Viola Fernandes nasceu no bairro do Méier, no
Rio de Janeiro, no dia 16 de agosto de 1923. Era filho do engenheiro Francisco
Fernandes, um imigrante espanhol, e de Maria Viola Fernandes. Deveria ter se
chamado Milton, mas a caligrafia do tabelião o fez Millôr. Ficou órfão de pai
quando tinha 2 anos de idade e passou a infância ao lado da mãe e dos irmãos,
Hélio, Judith e Ruth, época em que enfrentaram dificuldades financeiras.
Aos
12 anos, perdeu a mãe e os irmãos se separaram. Millôr foi morar na casa de um
tio materno. Com habilidades para o desenho e leitor de histórias em quadrinho,
copiava quadro por quadro com perfeição. Incentivado pelo tio Antônio Viola,
Millôr levou seus desenhos para o periódico “O Jornal”, que logo foram publicados.
Em 1938, o jovem Millôr ingressou no mercado de trabalho, como office-boy em um
consultório médico e na revista “O Cruzeiro”, além de iniciar seus estudos no
Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Nesse ano, foi o vencedor em um
concurso de contos da revista “A Cigarra”, onde passou a trabalhar. Na revista deu
o nome de “Poste-Escrito” ao conjunto de frases, versos e textos inteligentes e
engraçados. A página fez sucesso imediato e acabou por virar uma coluna fixa na
revista, que assinava com o pseudônimo Vão Gôgo, que utilizou por muitos anos. Já
em 1942, fez sua primeira tradução: A
estirpe do dragão, da escritora americana Pearl S. Buck (1892-1973). Em
1943, terminou seus estudos no Liceu e retornou à revista “O Cruzeiro”, onde
passou a assinar a coluna “O Pif-Paf” em parceria com o cartunista Péricles.
Em 1951,
fez uma viagem pelo Brasil durante quarenta e cinco dias, em companhia do
escritor Fernando Sabino (1923-2004), com o intuito de conhecerem melhor o
país. Em 1952, Millôr viajou para a Europa, conheceu a Itália e, em seguida,
Israel.
A primeira peça teatral do autor — “Uma mulher em três atos” — estreou em 1953. A partir de então, ele iniciou uma carreira bem-sucedida no teatro. Também apresentou o programa de televisão “Universidade do Méier”, na TV Itacolomi, em 1959. No ano seguinte, sua peça “Um elefante no caos” estreou após censura. Com ela, Millôr Fernandes ganhou o prêmio de melhor autor da Comissão Municipal de Teatro.
Como
desenhista, dividiu o primeiro lugar com o americano Saul Steinberg, em um
concurso realizado na Exposição Internacional do Museu da Caricatura de Buenos
Aires, em 1956. Em 1957 organizou um exposição individual de seus desenhos no
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Em
1963, publicou em “O Cruzeiro” uma versão da história de Adão e Eva, que
despertou a ira religiosa dos leitores e terminou com sua demissão da revista,
acusado de fazer matéria “insultuosa às convicções religiosas do povo
brasileiro”. Além de seu espírito provocador, Millôr tinha uma grande
capacidade de criar aforismos e ilustrações repletas de humor e criatividade.
Em
1968, Millôr começou a contribuir com material para a revista “Veja”. Nesse
mesmo ano, ajudou a criar o jornal “O Pasquim”, um tabloide que fustigava a
ditadura militar e que, na opinião de Millôr, “se fosse independente não
duraria 100 dias e se durar 100 dias não é independente”. Em 1970, os
responsáveis pela editoria e fechamento do “Pasquim” foram presos pelos agentes
do governo ditatorial, entre eles, Ziraldo, Fortuna, Sérgio Cabral e Paulo
Francis, que permaneceram dois meses na cadeia. Em 1971, Millôr assumiu a
presidência do “Pasquim”, que estava submetido à censura prévia. A liberação do
tabloide só veio em 1975. O jornal acabou durando 8.173 dias.
Em
1982, Millôr insistiu em fazer propaganda política para Brizola, então
candidato ao governo do Rio de Janeiro, na sua seção da “Veja”. Foi demitido.
Em 2004, porém, voltou a escrever para a revista, permanecendo até 2009. Millôr
Fernandes foi ainda colunista da revista “Isto É”, do “Jornal do Brasil”, do “Estado
de São Paulo”, “O Dia”, o “Correio Brasiliense” e a “Folha de São Paulo”. Também
escreveu várias peças teatrais, crônicas e diversos livros.
Os
textos de Millôr Fernandes, tanto a prosa quanto as peças de teatro, são
caracterizados pelo humor, muitas vezes ácido. A ironia também está presente em
sua obra, marcada por um espírito provocativo, levando seus leitores e seu
público de teatro a refletir sobre a vida cotidiana. A crítica sociopolítica também
é marcante em sua obra, além da reflexão acerca da natureza humana – um pouco a
moda dos moralistas franceses do século XVII. No texto teatral, em particular,
o autor transita entre a crítica de costumes — algo recorrente em sua
dramaturgia — e o discurso político. Por fim, além de ser conhecido por suas
comédias sobre o cotidiano carioca, o autor também enveredou pelo caminho do
teatro de resistência, como a crítica define o espetáculo “Liberdade, liberdade”,
e pelo chamado teatro do absurdo, assim definida pela crítica especializada a
peça “Um elefante no caos”. Dentre as principais obras do autor, mencionamos: Em
prosa: Eva sem costela: um livro em defesa do homem (1946), Tempo e contratempo
(1949), Lições de um ignorante (1963), Livro Vermelho dos Pensamentos de Millôr
(1973), Reflexões sem dor (1977), Que país é este (1978), Millôr definitivo: A
Bíblia do Caos. Em poesia escreveu: Hai-Cais (1968), Poemas (1984). Para o
teatro Millôr escreveu: Uma mulher em três atos (1953), Do tamanho de um
defunto (1955), Um elefante no caos (1962), Liberdade, liberdade (1965), Computa,
computador, computa (1972), Duas tábuas e uma paixão (1982), entre outros.
Millôr Fernandes também traduziu parte da obra de William Shakespeare para o
português.
Millôr
foi casado com Wanda Rubino, entre 1948 e 2012. Em 2011 foi vítima de um AVC,
que o deixou bastante debilitado, permanecendo um longo período no hospital. Faleceu
em sua casa em Ipanema, Rio de Janeiro, no dia 27 de março de 2012.
Frases
de Millôr Fernandes
“O
político profissional jamais tem medo do escuro. Tem medo é da claridade”;
“Se
o Reino dos Céus é dos pobres de espírito, então, meu Deus, já estamos no
Paraíso”;
“Por
que será que a gente sempre se julga pelas propostas e sempre julga os outros
pelo resultado?”;
“Acreditar
que não acreditamos em nada é crer na crença do descrer”;
“Inúmeros
artistas contemporâneos não são artistas e, olhando bem, nem são contemporâneos”;
“Quem
mata o tempo não é um assassino. É um suicida”;
“A
boca é o aparelho excretor do cérebro”;
“As
estatísticas provam: as estatísticas não provam nada”;
“Errando
é que se aprende a errar”;
“O
sujeito que me fará acreditar na imortalidade da alma ainda está para
ressuscitar.”
(Fontes consultadas: Wikipedia, eBiografia, BrasilEscola, Site Pensador, Site Companhia de Letras, Livro A Bíblia do Caos, Instituto Moreira Salles, Blog L&PM Editores, Esquina Musical, Facebook EMEF Millôr Fernandes Jornalista)
A ecologia é a parte da biologia que
tem como objeto de estudo as relações entre os seres vivos e destes com seu
meio ambiente. O termo e o conceito foram criados pelo biólogo alemão Ernst
Haeckel (1834-1919), na segunda metade do século XIX, que o utilizou para
denominar a nova disciplina científica que surgia à época. Atualmente, com o
desenvolvimento dos vários ramos das ciências ambientais, nosso conhecimento
nesta matéria é maior, a ponto de compreendermos melhor a interação entre os
seres vivos, o seu ambiente e o impacto das atividades humanas em toda a cadeia
da vida. A ecologia deixou de ser apenas uma disciplina teórica, como nos
tempos de Haeckel, para se tornar prática, como instrumento de planejamento e proteção
dos ecossistemas. Assim, no estágio em que está o desenvolvimento da ecologia,
não é mais possível seu estudo e sua prática desvinculados da análise da
tecnologia e do efeito desta sobre os ecossistemas.
Atualmente os governos, as empresas e a sociedade civil; todos estão envolvidos direta ou indiretamente com o tema, devido à importância do assunto. Por isso, a maior e mais difícil tarefa da ecologia é dar uma resposta à questão do desenvolvimento sustentável, ou seja, definir como a humanidade poderá desenvolver um padrão aceitável de vida para todos, sem comprometer a sobrevivência das gerações futuras em condições equiparáveis (ou melhores) de qualidade de vida – coisa que, dadas as condições da civilização mundial nos últimos anos, parece ser cada vez mais difícil de ser alcançado.
Aspectos históricos
Não houve período na existência do
homem em que este não causasse impacto ao seu ambiente. Desde a pré-história, segundo a
paleontologia, nossa espécie vem causando o desaparecimento de outras, a fim de
garantir sua própria sobrevivência. Sob o aspecto do evolucionismo, esta
afirmação não tem nada de excepcional, já que outras espécies vinham fazendo o
mesmo há pelo menos 3,5 bilhões de anos, quando surgiram os primeiros seres
vivos sobre a Terra. O componente novo desta história é que estamos destruindo
habitats e espécies em velocidade cada vez maior, o que – mais cedo ou mais
tarde – comprometerá nossa própria sobrevivência como espécie. Segundo uma
pesquisa global feita pelo IUCN (União Internacional para a Conservação da
Natureza) e publicada na Wikipedia,
mais de 800 espécies vivas foram extintas nos últimos cinco séculos; uma taxa
de aniquilação de mil a dez mil vezes mais alta do que a que ocorria antes de
nossa espécie surgir.
A aceleração do ritmo com que vimos interferindo no meio ambiente começou a se acentuar a partir do século XIX. A segunda metade deste século é marcada por vários fatos econômicos e sociais, que tiveram grande influência no desenvolvimento posterior da sociedade humana. Observa-se, por um lado, o rápido desenvolvimento das ciências da natureza, devido às novas descobertas na física, química, biologia e geologia. Como resultado prático desta atividade científica, se desenvolve a segunda fase do capitalismo, o capitalismo industrial, caracterizada pelo grande aumento da mecanização baseada na queima do carvão mineral (mineração, ferrovias, navegação) e pelo surgimento de diversos ramos no setor industrial e de manufatura. O rápido barateamento da tecnologia de produção e a grande disponibilidade de energia (carvão mineral), propiciam o aumento do número de estabelecimentos industriais em diversas regiões da Inglaterra, Alemanha e França, criando assim uma grande demanda por mão-de-obra operária.
Atendendo a esta crescente oferta de emprego, ocorrem migrações do campo para as cidades, provocando uma ocupação desordenada de suas partes mais desvalorizadas – as regiões mais baratas de se morar (como, aliás, ainda ocorreu no processo de industrialização tardia em países da América Latina, Ásia e África). A consequência foi que, na maioria dos casos, as cidades industrializadas tiveram que conviver durante muitas décadas com a degradação de vastas áreas urbanas, com o colapso da incipiente estrutura de saneamento e com o aumento das epidemias. As cidades de Londres, Manchester e Paris são exemplos de metrópoles que, entre o século XIX e início do século XX, passaram por este processo – como ainda ocorre atualmente em muitas cidades dos países pobres e em desenvolvimento.
Entre o final do século XIX e início do século XX a industrialização se expande para várias regiões do globo, incorporando novos fornecedores de matérias-primas (geralmente colônias de países europeus) e alargando os mercados consumidores. A expansão da produção, aliada à melhoria das comunicações (telégrafo) e dos transportes (navios e trens a vapor, primeiros veículos com motores a combustão), permitirão um aumento exponencial no fluxo de mercadorias e informações entre os mercados. Alguns autores identificam este período como o início da globalização moderna.
Pouco antes da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), surge o sistema de produção em série – a linha de montagem. O uso intensivo do sistema é atribuído a Henry Ford, que implantou a inovação na fabricação de seus automóveis, nos Estados Unidos. A grande vantagem desta nova tecnologia é a padronização e aceleração da produção, propiciando o barateamento do produto. Com grande sucesso, a linha de produção será introduzida em outros segmentos industriais, como os bens de consumo e os alimentos, permitindo ganho de escala e economia, possibilitando uma oferta maior de bens e aumentando o numero de consumidores. O sistema de produção em massa será automatizado no decorrer do século XX, até chegar à quase completa supressão do operário em certas áreas, depois da introdução da automação e dos robôs nas linhas de montagem.
Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) o sistema de produção industrial volta a crescer, incorporando novos mercados fornecedores de matéria prima, produtores e consumidores; o que possibilita uma diversificação ainda maior na oferta de produtos e serviços. Esta expansão pôde ser observada em vários segmentos do setor industrial. Com a crescente sofisticação da indústria química, surgem novas matérias primas – os plásticos – que representarão uma revolução no modo de embalar e transportar produtos. Paralelamente, ocorre uma grande mudança no setor agrícola: a chamada “Revolução Verde”. O avanço da fronteira agrícola em muitos países não industrializados e a necessidade de aumentar a oferta de alimentos, seja para consumo interno como para exportação, criou a necessidade de se praticar uma agricultura mais eficiente, com uso dos recém-desenvolvidos defensivos químicos agrícolas (herbicidas, fungicidas) e a utilização de equipamentos agrícolas mecanizados. Com este avanço, áreas ainda há pouco inexploradas, abrigando grande variedade de espécies, foram devastadas e transformadas em terras de monocultura. A expansão da fronteira agrícola, necessária e inevitável à época, provocou a destruição de grandes áreas de floresta na África, Leste da Ásia e América do Sul. Um dos exemplos mais graves é a região amazônica, onde o intenso processo de desflorestamento ainda persiste e vem aumentando rapidamente ao longo dos últimos anos.
Quanto ao desmatamento na região amazônica é necessário abrir um parênteses. Fato é que dada a grande extensão de áreas degradadas existentes na região do Cerrado e na Amazônia, não seria mais necessário derrubar nenhum hectare adicional de mata nativa. A eventual expansão do agronegócio poderia ser feita sobre estas extensões remanescentes; fato conhecido e respeitado pela maior parte dos empresários deste setor. A supressão da floresta que ocorre atualmente, principalmente durante o governo de Jair Bolsonaro, é causada pela grilagem (ocupação ilegal de terras) e pela atividade de garimpo em áreas de proteção ambiental e terras indígenas. Enquanto persiste a falta de controle na região, a derrubada da floresta e a invasão de territórios indígenas continua, fato que vem trazendo críticas de vários organizações internacionais e de diversos países.
A situação atual
Os últimos quarenta anos foram de
grande crescimento de todo sistema econômico mundial. O crescimento dos
mercados consumidores provocou o aparecimento de novos produtos e de novos ramos
industriais, como a indústria eletrônica e de informática. A indústria química
e farmacêutica, sempre apoiadas em grandes investimentos em pesquisas,
desenvolveram novas substâncias, utilizadas desde a conservação de produtos na
industria alimentícia até o combate de doenças que até recentemente assolavam
grandes populações, principalmente nos países pobres. A medicina preventiva e a
vacinação em massa, diminuindo a taxa de mortandade, foram os resultados
diretos do aumento da oferta de medicamentos e do desenvolvimento tecnológico
também ocorrido no setor médico. Na agricultura, aumentam os volumes das
safras, afastando – pelo menos em muitas regiões da Terra – o fantasma da fome,
que durante milhares de anos vem acompanhando a humanidade.
O desenvolvimento tecnológico também tem o seu reverso da medalha. O aumento da atividade industrial só foi possível através do crescimento no consumo de energia. As modernas sociedades consomem energia em quantidades cada vez maiores em suas diversas atividades: produção, locomoção e transporte, educação, lazer, etc. A questão energética é considerada de tal maneira estratégica no desenvolvimento das nações, que parâmetros de consumo energético são usados como indicadores de avaliação do grau de desenvolvimento tecnológico das sociedades. A energia que utilizamos tem várias origens: lenha, carvão mineral, petróleo, urânio enriquecido, água, sol, entre outras fontes. Toda a geração de energia – com exceção de algumas energias limpas como a eólica e a solar – envolve algum tipo de impacto ao meio ambiente, ou seja, poluição.
Todos os bens e produtos são fabricados a partir da transformação de certas matérias primas da natureza, cuja exploração (poços de petróleo, mineração, atividade agrícola) e processamento (indústria petroquímica, siderurgia, máquinas e equipamentos, indústria alimentícia, montadoras, etc.) gera impactos ao meio ambiente de diversas maneiras. Além disso – o que é um dos maiores problemas do sistema de produção em massa – o consumo destes produtos gera grande quantidade de resíduos, principalmente as embalagens e os produtos fora de uso (equipamentos eletrônicos, eletrodomésticos, etc.) A limitada implantação da PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos) nos municípios, faz com que grande parte destes resíduos não sejam reutilizados ou reciclados. Assim, é comum que muitas áreas urbanas e suburbanas sejam tomadas por todo tipo de resíduos, notadamente plástico em suas diversas formas, material que se decompõe com grande dificuldade.
Além das embalagens, existem muitos produtos usados em diversas atividades econômicas (combustíveis, defensivos agrícolas, produtos químicos, resíduos de atividades industriais, médicas e agropecuárias) que deixam resíduos perigosos presentes na natureza, provocando a contaminação do solo, da água e do ar. Isto sem falar nas cidades, que além de gerarem grandes volumes de lixo ainda produzem imensos volumes de esgoto doméstico que – na falta de tratamento – acabam correndo para os rios, provocando a sua poluição. No Brasil, o volume de esgotos domésticos tratados não ultrapassa cerca de 25% do volume total de esgoto gerado (trata-se pouco menos de 50% do esgoto coletado, que representa cerca de metade do volume gerado). O restante deste imenso volume de resíduos orgânicos altamente poluentes vai para os rios e o oceano, sem qualquer tipo de tratamento. No Brasil, ainda existe um grande hiato entre a complexidade dos problemas ambientais constatados pelos pesquisadores, e as ações que governos, empresas e instituições efetivamente vem implementando para minorá-los. A situação se agravou visivelmente a partir do atual governo, que afrouxou leis e controles, desmantelou órgãos de fiscalização e adotou um discurso contra a proteção ambiental.
Perspectivas futuras
A proteção ambiental já é tema
prioritário na agenda da maioria dos países, principalmente com a aceleração
inesperada do processo das mudanças climáticas, provocadas pelo aumento das
emissões na atmosfera. Por outro lado, estudo realizado há alguns anos por uma
entidade internacional, constatou que na maioria dos países não-desenvolvidos
faltam recursos financeiros para a criação ou melhoria de órgãos de proteção, para
planejamento ambiental, treinamento de pessoal e compra de equipamentos. Outra
dificuldade identificada pela pesquisa é a falta de coordenação entre as
diversas agências governamentais, no que se refere aos aspectos ambientais de
seus programas de ação, a chamada “transversalidade” defendida pela ministra
Marina Silva, no primeiro governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva. Os
países ricos, dispondo de melhor estrutura institucional e contando com mais
recursos financeiros para implementar projetos de combate à degradação dos
recursos naturais, ainda continuam afetando o meio ambiente através de suas
atividades econômicas, mesmo que em menor escala. O fenômeno do aquecimento
global, por exemplo, é causado principalmente pelos setores de geração de
energia, indústrias e transporte dos países industrializados.
Ao longo dos últimos cinquenta anos, acumularam-se problemas ambientais de todo o tipo pelo mundo: excesso e destinação incorreta de resíduos domésticos e industriais, efluentes domésticos e industriais não tratados, solos contaminados por substâncias tóxicas e metais pesados, poluição atmosférica causada por veículos e indústrias, uso excessivo de defensivos agrícolas, impacto ambiental causado por grandes obras como barragens e canais, escassez de água potável em várias regiões, mortandade de espécies, o aquecimento global, explosão demográfica, entre outros. A lista é imensa e só tende a aumentar.
Da lasca de sílex, utilizada como instrumento de corte por nossos antepassados, até o bisturi a laser, foram precisos centenas de milhares de anos. Ocorreu que vez ou outra nossos antepassados alteraram ambientes, causando o desaparecimento de outras espécies. Este processo vem se acelerando, chegando ao ponto em que nos encontramos hoje, quando os recursos naturais começam a se exaurir e outras espécies desaparecem rapidamente – fala-se em uma extinção em massa, como ocorreu há 60 e há 220 milhões de anos.
Na natureza, a cadeia de causa e
efeito é tão complexa, que os cientistas ainda não conseguiram entendê-la por
completo, se é que conseguirão algum dia. Quantas espécies de protozoários,
fungos, algas, plantas e animais devem continuar existindo para que sejam
mantidas as condições na Terra, de modo a garantir a nossa sobrevivência? Quais
microrganismos, afetados pelas atividades econômicas em áreas remotas, poderão
se espalhar em todo o planeta, como recentemente ocorreu com o vírus do Ebola,
da AIDS, da Covid 19, e outras possíveis pandemias que venham a surgir? Não
sabemos.
Baseados no que vem ocorrendo até o presente, podemos prever que continuaremos a destruir outras espécies; não há como evitar. Não é possível suspender ou mudar todas as atividades humanas – das quais depende nossa sobrevivência imediata – de um dia para o outro. O que é razoável de se esperar é que com o passar do tempo possamos reduzir o impacto de nossas atividades sobre os ecossistemas do planeta, o que já será grande coisa se o conseguirmos.
(Imagens: pinturas de Zhang Daqian)