“São
duas, porém, as razões de a minha filosofia ser tão odiada pelos senhores da ‘indústria
filosófica’ (eles mesmos têm a incrível ingenuidade de chama-la assim).
Primeiramente, porque minhas obras estragam o gosto do público, o gosto por
emaranhados vazios de palavras, por enormes acomodações verbais que nada dizem,
pelo lento suplício dos boatos ocos, fúteis, pela dogmática cristã que aparece
disfarçada nas vestes de uma metafísica tediosíssima e pela filisteria sistematizada,
absolutamente superficial, que faz o papel de ética, com instruções até para
coisas como jogar cartas e danças, resumidamente: pelo método filosófico
travestido como um todo, o qual já espantou muitos para sempre de toda
filosofia.” (Schopenhauer, págs. 27 e 28)
Arthur Schopenhauer, Sobre a Vontade na Natureza
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