Fernando Sabino (1923-2004) foi um escritor, jornalista e editor brasileiro. Recebeu diversos prêmios, entre eles, o Prêmio Jabuti pelo livro "O Grande Mentecapto" e o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras. Foi condecorado com a Ordem do Rio Branco, no grau de Grã-Cruz, pelo governo brasileiro. Nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, no dia 12 de outubro de 1923. Em 1930, após aprender a ler com a mãe, ingressou no Grupo Escolar Afonso Pena. Fez o curso secundário no Ginásio Mineiro. Ao final do curso conquistou a medalha de ouro como o primeiro aluno da turma.
Em
1936, Fernando Sabino teve seu primeiro conto policial publicado na
revista "Argus", da Secretaria de Segurança de Minas Gerais. Em 1938,
ajudou a fundar um jornal "A Inúbia", no Ginásio Mineiro.
Começou a colaborar regularmente com artigos, crônicas e contos nas revistas
"Alterosas" e "Belo Horizonte". Em 1941 iniciou o
curso superior na Faculdade de Direito de Minas Gerais.
Nesse
mesmo ano reuniu seus primeiros contos no livro Os Grilos não Cantam Mais. Colaborou com o jornal
literário do Rio, "Dom Casmurro", com a revista "Vamos Ler"
e com o "Anuário Brasileiro de Literatura". Nesse período, conheceu e
passou a conviver com Marques
Rebêlo, Guilhermino César e João Etienne Filho.
Formava, com Hélio Pellegrino, Otto Lara
Resende, Paulo Mendes Campos e Wilson
Figueiredo, um grupo literário, apelidado por Etienne, de Grupo dos
Vintanistas, devido ao fato de todos estarem na casa dos vinte anos.
Em
1942, Fernando Sabino foi admitido como funcionário da Secretaria de
Finanças de Minas Gerais. Lecionou Português no Instituto Padre Machado
sendo também nomeado oficial de gabinete do secretário de agricultura. Fez
estágio de três meses como aspirante no Quartel de Cavalaria de Juiz de Fora,
período que serviria de inspiração para hilariantes episódios no livro O Grande Mentecapto.
Em
1944, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se firmou como colaborador de
diversos jornais. Em 1946 formou-se em Direito e embarcou com Vinícius de
Moraes para os Estados Unidos. Instalado em Nova York, trabalhou no
Escritório Comercial do Brasil e depois no Consulado Brasileiro. Em 1947,
enviou crônicas de Nova York para os jornais "Diário Carioca" e
"O Jornal", do Rio, que foram transcritas por diversos jornais
do resto do país. Realizou uma série de entrevistas com Salvador Dali e
faz reportagem sobre Lasar Segall.
De
volta ao Brasil em 1948, Fernando Sabino assumiu o cargo de escrivão da
Vara de Órfãos e Sucessões. Em 1949, colaborou com diversos jornais e com
a revista "Manchete".
Em
1956, Fernando Sabino publicou o romance O Encontro Marcado, um grande sucesso de crítica e de público, além
de fazer adaptações teatrais no Rio e em São Paulo. Em 1959 compareceu ao
lançamento do livro, em Lisboa. Em 1962 o livro foi publicado na Alemanha.
Encontro Marcado é uma narrativa
longa que conta a história de um jovem em desesperada procura de si mesmo e da
verdadeira razão de sua vida. A obra leva o leitor a passear pelas ruas de Belo
Horizonte conhecendo um pouco das gerações que por elas passaram e marcaram a
cidade. É uma história da adolescência e juventude, dos prazeres fugidos,
desespero, cinismo, desencanto, melancolia e tédio que se acumulam no espírito
do jovem escritor Eduardo Marciano, um homem que amadurece em um mundo,
desorientado. O jovem caminha pela procura incessante da felicidade e pelo
desejo profundo de encontrar respostas para a grande pergunta sobre a
existência de Deus.
Em
1960 Fernando Sabino foi para Cuba, como correspondente do “Jornal do
Brasil”. Faz reportagem sobre a revolução cubana.
Com
o livro A Revolução dos Jovens
Iluminados, inaugura a "Editora do Autor", fundada em sociedade
com Rubem Braga e Walter Acosta. Em 1965 se desfaz da sociedade e
fundou a Editora Sabiá. Em 1964, durante o governo João Goulart,
foi contratado para exercer as funções de Adido Cultural junto à Embaixada
do Brasil em Londres. Nesse período, escreveu o argumento, roteiro e diálogos
do filme dirigido por Roberto Santos, de sua obra, O Homem Nu (1966).
Em
1975, Fernando Sabino deixou o “Jornal do Brasil”, onde permaneceu
por 15 anos. Iniciou, em 1977, a publicação de crônica semanal sob o título de
"Dito e Feito" no jornal "O Globo". Sua colaboração se
prolongou por 12 anos, sendo reproduzida no "Diário de Lisboa" e
em oitenta jornais no Brasil.
Dentre
as principais obras do autor, estão: Os
grilos não cantam mais - contos (1941 - Pongetti); A marca - novela (1944 - José Olympio);
A cidade vazia - crônicas e
histórias (1950 - NY); A vida real -
novelas (1952, Editora A Noite); Lugares
comuns - dicionário (1952, Record); O encontro marcado - romance
(1956, Civilização Brasileira); O homem nu - crônicas (1960,
Editora do Autor); A mulher do vizinho -
crônicas (1962, Editora do Autor); A
companheira de viagem - crônicas (inclusive crônicas de viagens)
(1965, Editora do Autor); A inglesa
deslumbrada - crônicas (inclusive crônicas de viagens) (1967, Sabiá), entre outros.
Fernando
Sabino faleceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 11 de outubro de 2004.
Frases
de Fernando Sabino
"O otimista erra tanto quanto o pessimista,
mas não sofre por antecipação.";
"No fim tudo dá certo, e se não deu certo é porque
ainda não chegou ao fim.";
"Democracia é oportunizar a todos o mesmo
ponto de partida. Quanto ao ponto de chegada, depende de cada um.";
"Não posso responsabilizar ninguém pelo
destino que me dei. Como único responsável só eu posso modifica-lo. E vou
modificar.";
"Façamos da interrupção um caminho novo. Da
queda um passo de dança, do medo uma escada, do sonho uma ponte, da procura um
encontro!";
“De tudo, ficaram três coisas: a certeza de
que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a
certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um
caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma
ponte, da procura um encontro.”;
(Fontes: eBiografia – Dilva Frazão; Pensador; Portal da Crônica Brasileira – Humberto Werneck; Wikipedia)
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