José
Ferreira Condé, conhecido por José Condé,
nasceu na cidade de Caruaru, no agreste de Pernambuco, no dia 22 de outubro de
1917. Fez seus primeiros estudos em sua cidade natal. Em 1930, após a morte de
seu pai, muda-se para Petrópolis, no Rio de Janeiro, levado por seu irmão
Elísio Condé que então estudava medicina no Rio de Janeiro. Em Petrópolis matricula-se
no internato do Colégio Plínio Leite, onde funda o Grêmio Literário Alberto de
Oliveira e dirige dois pequenos jornais – “Pra Você” e o “Jaú”, no qual publica
seu primeiro conto.
Em
1934 muda-se para o Rio de Janeiro, para fazer o vestibular de Direito. Nessa
época publica o poema A Feira de Caruaru
na revista “O Cruzeiro”. Ingressa na Faculdade de Direito de Niterói e ao mesmo
tempo começa a fazer contato com as obras da moderna literatura nacional e escreve
reportagens na imprensa. Em 1939, depois de formado, passa por diversos
empregos, até ser nomeado para um cargo no Instituto dos Bancários, instituição
aonde chega a atingir o cargo de procurador. Neste ano, formado em Direito, transfere-se
para o Rio de Janeiro, onde passa a trabalhar para diversos jornais, produzindo
crônicas e outros textos de caráter literário.
Caminhos na sombra,
seu primeiro livro, foi publicado em 1945, com o selo da José Olympio Editora. Neste
período trabalhou um tempo como colunista num jornal chamado “O Jornal”
escrevendo crônicas com o pseudônimo de Mr. Chips. Em 1950 publica Onda
Selvagem, um romance urbano, que recebeu o Prêmio Malheiro Dias no concurso da
revista O Cruzeiro. Ainda nesse período, trabalharia no “Correio da Manhã”,
assinando uma coluna sobre literatura chamada “Escritores e Livros”. Juntamente
com os seus irmãos João e Elísio, funda em 1949 o “Jornal das Letras”.
Em
1951 publica no Jornal das Letras Histórias
da Cidade Morta – pequenas narrativas de conteúdo dramático, passadas na
cidade de Santa Rita, representando as cidades brasileiras que tiveram sua
decadência com a abolição da escravatura. A obra recebeu o Prêmio Fábio Prado,
da União Brasileira de Escritores de São Paulo. Em 1956 escreve Os Dias Antigos, novelas onde retoma ao
tema da abolição da escravatura. Recebe o Prêmio Paula Brito da Prefeitura do
Rio de Janeiro. Posteriormente, essas obras foram reunidas sob o título geral
de Santa Rita.
A
obra de José Condé retrata simultaneamente o regionalismo e o urbano, numa
linha que caminha por diferentes estilos: o dramático, o fantástico, o épico e
o pitoresco. Seus melhores momentos são no regionalismo. Em 1960 publica Terra de Caruaru, obra que ganhou o Prêmio
Coelho Neto da Academia Brasileira de Letras. Na obra, o autor faz um levantamento
histórico e sociológico de sua terra, mostrando o modo de vida da cidade, as
histórias do cangaço, os problemas da política local, casos dramáticos e
pitorescos, seus tipos humanos, com seus dramas de amor, de vingança e solidão.
Em 1961 a obra também foi editada em Portugal.
José
Condé faleceu no Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, no dia 27 de setembro de 1971.
Dentre
as principais obras do escritor, estão: Caminhos
na sombra (novelas, 1949); Onda
selvagem (romance, 1950); Histórias
da cidade morta (contos, 1951); Os
dias antigos (novelas, 1955); Um
ramo para Luísa (novela, 1959); Terra
de Caruaru (romance, 1960); Santa
Rita (Histórias da Cidade Morta e Os Dias Antigos em um
só volume, 1961); Vento do amanhecer em
Macambira (romance fragmentário,1962); Noite contra noite (romance, 1965); Pensão Riso da Noite: Rua das Mágoas (cerveja, sanfona e amor)(novelas,
1966); Como uma tarde em dezembro (romance,
1967); Tempo, vida, solidão (novelas,
1971); As chuvas (novelas, 1972).
Frase
de José Condé:
“Caruaru está dentro de mim e corre em minhas
veias, diluída em ternura.”
(Fontes:
eBiografia Dilva Frazão; Revista
Continente; Revista Medium – Frank Junior; Wikipedia; Repositário UFPB – O caso
José Condé – Tese de doutorado de Edson Tavares Costa)
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