“De
acordo com os fundamentos do marxismo, o homem é um agente que intervém no mundo
para transformá-lo conforme uma vontade consciente. Baseado nesses fundamentos,
a fim de formular sistemas filosóficos e teorias capazes de subsidiar um
projeto de revolução, Gramsci conferiu uma importância especial ao estudo das
representações, das ideias, das formas de sensibilidade, dos preconceitos, das
superstições, da consciência, dos projetos, das estratégias, das paixões, dos
desejos — em suma, conferiu uma importância especial ao estudo da subjetividade,
das superestruturas, das ideologias. A teoria da revolução deveria estar
voltada, sobretudo, para a esfera da cultura, tendo em vista o desenvolvimento
da consciência crítica das massas, porque no homem é que estariam concentradas
as possibilidades cognitivas e emocionais para a sua libertação.
Ao
estudar as teorias da história de Marx e Engels, bem como a revolução russa,
Gramsci concluiu que não existe uma tática apropriada para todas as situações
históricas. Em cada país, em cada época, os partidos comunistas deveriam
formular um plano de ação específico, adequado para a realidade histórica e
geograficamente determinada.” (Yamauti, pág 125)
Nilson Nobuaki Yamauti, Gramsci: os clássicos da teoria política revolucionária
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