Álvaro de Barros Lins (Caruaru, 14 de
dezembro de 1912 — Rio de Janeiro, 4 de junho de 1970) foi um advogado, jornalista, professor e crítico literário brasileiro,
membro da Academia Brasileira de Letras. Casado com
Heloísa Ramos Lins, com quem teve dois filhos.
Filho
de Pedro Alexandrino Lins e de Francisca de Barros Lins, Álvaro Lins fez o
curso primário em sua cidade natal, mudando-se para cursar o secundário no
Colégio Salesiano e no Ginásio Padre Félix, ambos no Recife.
Interessado
por política desde cedo, fez campanha pela Aliança Liberal e conheceu João Neves da Fontura, um dos mais
eloquentes oradores da caravana da aliança pelo Nordeste. Entusiasmou-se com a revolução de 1930 que instalou um governo
provisório chefiado por Getúlio
Vargas, porém, já no ano seguinte acompanhou o início da conspiração
paulista contra a perpetuação de uma ameaça de governo discricionário. Ainda em
1931, ingressou na Faculdade de Direito da Universidade
do Recife e no ano seguinte assinou manifesto de solidariedade em apoio ao
movimento em prol da constitucionalização do país.
Também
em 1932, a convite do padre Félix Barreto, professor de letras, passou a
lecionar História da Civilização no Ginásio do Recife. Em novembro do
mesmo ano, na capital pernambucana, juntamente com outros jovens da Faculdade de Direito de Recife,
como Antônio de Andrade Lima Filho, foi um dos
signatários do Manifesto integralista de Recife, um dos primeiros
documentos ligados ao Integralismo, movimento nacionalista que
havia sido lançado por Plínio
Salgado um mês antes. Nessa época, como representante do
Diretório de Estudantes, escreveu sua primeira obra, intitulada A universidade como escola de homens
públicos, lida na cerimônia de
abertura do ano letivo de 1933.
Bacharelou-se
em 1935. No período de 1932 a 1940, foi também professor de geografia geral
e de história da
civilização em várias escolas da cidade. Em outubro de 1934, convidado pelo
então interventor e, mais tarde, governador de Pernambuco, Carlos de Lima Cavalcanti, assumiu o cargo
de Secretário do Governo Estadual. Fez parte, em 1936, da chapa do Partido Social Democrático (PSD)
de Pernambuco,
para concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados. Contudo, o golpe que
instaurou o Estado Novo interrompeu as eleições e
Álvaro Lins deixou a Secretaria do Estado em novembro de 1937 e esqueceu seus
planos políticos.
Firmou-se,
a partir daí, no jornalismo, exercendo-o no “Diário da Manhã” de Pernambuco, no
período de 1937 a 1940, onde foi redator e diretor.
Transferindo-se para o Rio de Janeiro, iniciou a fazer crítica
literária, gênero que lhe deu fama nacional. Ali, foi jornalista do “Diário de
Notícias”, “Diários Associados”, entre 1939 e 1940, e redator-chefe do “Correio
da Manhã”, de 1940 a 1956. Em 1939, publicou seu primeiro livro de análise da
obra de Eça de Queiroz: "História Literária de Eça de Queirós", que
lhe valeu a perda do cargo de professor do Colégio Nóbrega.
Em
1952 partiu para Portugal para lecionar a disciplina Estudos Brasileiros
na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Lisboa. Também se encontra
colaboração da sua autoria na revista luso-brasileira Atlântico.
Regressando
ao Brasil em agosto de 1954, por causa da crise desencadeada pelo suicídio de Getúlio
Vargas, reassumiu o jornalismo e a cátedra de Literatura Brasileira no Colégio
Pedro II. Em 1956 toma posse na Academia Brasileira de Letras.
Como
jornalista, participou ativamente da luta para garantir a posse de Juscelino Kubitschek na presidência da República, em 1956. Nessa
época, trabalhando ainda no “Correio da Manhã”, deixou de lado a crítica
literária para assumir a direção política do jornal.
Em
1960, de volta ao Brasil, Álvaro Lins retomou sua cátedra de
Literatura do Colégio Pedro II. Nesse mesmo ano, publicou "Missão em
Portugal", onde historiou todos os episódios de acordo com sua visão. Em
1963 participou da Campanha pela Paz Mundial ao chefiar a missão brasileira no
Congresso Mundial pela Paz, em Moscou. Entre 1964 a 1970, Álvaro Lins continuou
suas atividades de professor no Colégio Pedro II, até falecer.
Obras
publicadas: A universidade como escola de
homens públicos, 1933; História
literária de Eça de Queiroz, 1939; Alguns aspectos da decadência do Império, 1939; Jornal de crítica: primeira série, 1941;
Poesia e personalidade de Antero de
Quental, 1942; Jornal de
crítica: segunda série, 1943; Notas
de um diário de crítica - Primeiro volume, 1943; Palestra sobre José Veríssimo, 1943; Jornal de crítica: terceira série, 1944; Rio Branco, 1945; Jornal de crítica: quarta série, 1946; No mundo do romance policial, 1947; Jornal de crítica: quinta série, 1947; Jornal de crítica: sexta série, 1951; A técnica do romance em Marcel Proust,
1951; Roteiro literário do Brasil e de
Portugal: antologia da língua portuguesa, 1956; Discurso sobre Camões e Portugal, 1956; Discurso de posse na Academia, 1956; Missão em Portugal: diário de uma experiência diplomática - I, 1960;
A glória de César e
o punhal de Brutus,
1962; Os mortos de sobrecasaca, 1963;
O relógio e o quadrante, 1963; Girassol em vermelho e azul, 1963; Dionísios nos trópicos, 1963; Jornal de crítica: sétima série, 1963; Jornal de crítica: oitava série, 1963; Notas de um diário de crítica - Segundo
volume, 1963; Literatura e vida literária,
1963; Sagas literárias e teatro moderno
no Brasil, 1967; Filosofia, história
e crítica na literatura brasileira, 1967; Poesia moderna no Brasil, 1967; O
romance brasileiro, 1967; Teoria
literária, 1967.
Álvaro
Lins faleceu no Rio de Janeiro, no dia 4 de junho de 1970.
Frases
de Álvaro Lins
"Aproveite a tristeza para valorizar a
alegria, aproveite a solidão para valorizar a companhia, aproveite os erros
para valorizar os acertos, assim você faz sua vida valer a pena.";
“Mais do que o autor principal da nossa
literatura, mais do que um perfeito homem de letras, mais do que um permanente
exemplo – Machado de Assis representa hoje um assunto. Um exercício literário.”;
“Nunca se explicará com suficiente exatidão o
que determina a ausência de um verdadeiro filósofo no Brasil.”;
“Uma característica da poesia moderna é a
ausência de limites, a ausência de fronteiras. Enganam-se os que vêem no
repúdio da métrica e da rima a principal revolução da poética de nossos dias.”;
“Em nenhum poeta moderno mais do que no Sr.
Mário de Andrade se poderá sentir esta contradição da poesia moderna: a de um
pensamento que procura sua forma.”;
“Por vezes, tenho insistido sobre o que me
parece o elemento fundamental do romance: o personagem.”.
(Fontes consultadas: Wikipedia; Academia Brasileira de letras; eBiografia – Dilva Frazão; Site Pensador; Livro ‘Os mortos de sobrecasaca’)
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