José de Jesus Louzeiro nasceu em São Luís, em 19 de
setembro de 1932 e faleceu no Rio de Janeiro em 29 de dezembro de 2017. Foi um escritor, jornalista,
roteirista e autor de
telenovela brasileiro.
Iniciou
sua carreira como estagiário em revisão gráfica no jornal “O Imparcial” em
1948 aos dezesseis anos de idade. Em 1953, se transfere para o Rio de Janeiro, onde foi trabalhar no
semanário “A Revista da Semana” e no grupo dos “Diários Associados”. Lá atua como "foca"
em “O Jornal”. Também escreveu para os jornais “Diário
Carioca”, “Última Hora”, “Correio da Manhã”, “Folha e Diário do Grande ABC” e nas
revistas “Manchete” e “Diário
Carioca”.
Por
mais de vinte anos atuou também como repórter policial.
Na literatura,
estreou com o conto Depois da Luta,
em 1958. No cinema,
escreveu os diálogos do filme: Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia,
baseado no romance de sua autoria lançado em 1976 pela editora Civilização
Brasileira. Escreveu outros livros sobre casos policiais famosos como o Caso Araceli e
o assassinato de Cláudia Lessin Rodrigues. O romance
reportagem Aracelli, meu amor,
foi censurado durante a ditadura militar a pedido dos advogados dos acusados. Em Carne Viva (1988) traz
personagens e situações que lembram as mortes de Zuzu Angel e
seu filho, Stuart. Entre os infanto-juvenis: A gang do beijo, Praça das dores (um ‘remember’ dos
meninos assassinados na Candelária, em 1993), A hora do morcego e Gugu
Mania. Em 1997 lança a biografia de Elza Soares, Cantando para não enlouquecer. Logo depois publica O anjo da fidelidade, um estudo da
trajetória de Gregório Fortunato, o guarda-costas de Getúlio Vargas.
Em
1968, auge do período ditatorial, ele estava na linha de frente, atuando para
unir os escritores em torno de uma causa comum, tornando-se o maior responsável
pela existência do Sindicato dos Escritores, como entidade autônoma e
independente.
Seus
livros são, na maioria, contos biográficos, narrados como romance-reportagem,
chegando perto de quarenta publicações. A ele se atribui a introdução no Brasil
do gênero literário romance-reportagem, que no exterior tivera como
representante Truman Capote, que escreveu A Sangue Frio.
Assinou
também o roteiro de dez filmes, sendo quatro deles já populares como Pixote, a Lei do Mais Fraco, Os Amores da Pantera de Jece Valadão, O Homem da Capa Preta e Amor Bandido,
com Paulo Gracindo. José Louzeiro também escreveu telenovelas como Corpo Santo e Guerra sem
Fim, na extinta Rede Manchete.
Sua telenovela O Marajá,
uma comédia baseada no governo de Fernando Collor de Melo, foi proibida de
ir ao ar, numa época em que não havia mais censura no
Brasil. Depois desse episódio, o autor começou a enfrentar dificuldades para
realizar novos projetos na televisão.
Louzeiro
faleceu aos 85 anos de causas não reveladas, mas consequentes de doenças que se
agravaram em função de diabetes.
Livros
de José Louzeiro
Depois da luta (1958); Assim marcha a
família (participação em obra coletiva) (1965); André Rebouças (biografia)
1968; Judas arrependido (1968); Acusado de homicídio (1968); Lúcio Flávio, o
passageiro da agonia (1975); Aracelli, meu amor (1976); Infância dos mortos – Pixote
(1977); Amores da pantera (1977); O estranho hábito de viver (1978); Parceiros
da aventura: o filme do brasileiro oprimido (1979); 20º Axioma (1980); Filho do
amor (1980); Sociedade secreta (1981); O estrangulador da Lapa: o homem que não
podia amar (1981); M-20: a morte do líder ou M-20: As Aventuras do audaz perito
Jesuino Conde e do seu intempestivo auxiliar Manga Rosa (1981); O verão dos
perseguidos (1983); A gang do beijo (1984); O bezerro de ouro (1986); Devotos
do ódio (1987); Em carne viva (1988); Ritinha temporal: um amor de menina que a
cidade temia (1991); Praça das dores (1994); Beija-flor o amigo especial
(1995); Pink: viagem ao submundo mágico (1995); JK: o otimismo em pessoa
(1996); Gugu mania (1996); Villa Lobos: o aprendiz de feiticeiro (1997); Elza
Soares: cantando para não enlouquecer (biografia) (1997); Mito em chamas: A
lenda do justiceiro Mão Branca (1998); A hora H do padre G (1998); Detetive
fora de série (1998); A hora do morcego: Ritinha temporal (1999): Urca: o
bairro sonhado (2000); Isto não deu no jornal (2001); A fina flor da sedução
(2001); O anjo da fidelidade: A história sincera de Gregório Fortunato (2001); Ana
Néry: a brasileira que venceu a guerra (biografia) (2002); Diabetes: inimigo
oculto (2007); Luzes da consagração (2008); Vestido de noivo (sobre Nelson
Rodrigues) (2010).
Frases
de José Louzeiro
“A esquerda brasileira é burra, não faz
alianças. A direita é esperta, se alia e vence as eleições.”;
“E não estudava, nem lia. Os únicos livros
que havia lá em casa eram a Bíblia e os almanaques que distribuíam para vender
remédio. Esses, a minha avó Dorotéia guardava. Até que um dia meu pai chegou
para mim e disse: “Você é um vagabundo, não estuda, não faz nada. O que é
preciso para você estudar?”“;
“Eu devia ter uns 12 anos, 13 anos, por aí.
Os colegas de rua ficaram pensando que eu havia sumido. Comecei a adquirir
livros, alguns amigos do meu pai me davam, e comecei a ler. Queria ser alguém,
foi interessante. De uma hora pra outra.”;
“Ele cortava aquelas tábuas de cedro, fazia
as lousas para as crianças. Aos poucos, as pessoas passaram a chamá-lo de
“louzeiro”. Então ele trocou o nome de Loureiro para Louzeiro. E hoje eu tenho
essa origem que vem de alguma coisa que escrevia, não é?;
“Baixou um santo, e até hoje sou um leitor
fanático. Não tem televisão, não tem nada que dê jeito. Eu vejo televisão, mas
o meu negócio são livros.”;
“Agora a filosofia é a seguinte: amealhar e
amealhar, enquanto o povo morre de fome. Mas a violência é desencadeada pelos
excluídos, e muitos ricos com seus carros importados já não podem sair de casa.
Senhoras milionárias usando jóias, nem pensar. Os condomínios sofisticados
neste país inteiro são guardados pelos excluídos. Tomara que eles tão cedo não resolvam
vingar-se dos seus exploradores.”.
(Fontes: Wikipedia; Tiro de letra; Página do escritor e roteirista José Louzeiro; site O Explorador; site Estranho Encontro (entrevista); site Pensador)
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