“Subitamente,
coloca-se, pela primeira vez na História, a pergunta do poder e de sua
legitimidade no nível planetário. Mesmo que esse fato essencial raramente seja
evocado dessa maneira, ele está com frequência presente no não dito, nas
recriminações e no centro dos conflitos mais rudes.
Para
que os diferentes povos aceitem a autoridade de alguma espécie de ‘governo
global’, é preciso que ele tenha conseguido, aos olhos de todos, uma
legitimidade além daquela que o poderio econômico ou militar confere. E, para
que as identidades particulares possam se fundir numa identidade mais ampla,
para que as civilizações particulares possam se inserir numa civilização
planetária, é imperativo que o processo transcorra num contexto de equidade ou
pelo menos de respeito mútuo e de dignidade compartilhada.” (Maalouf, pág. 95)
Amin Maalouf, O mundo em desajuste – Quando nossas civilizações se esgotam
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