“Buda
acreditava que tudo no mundo que conhecemos está constantemente surgindo e
desaparecendo, e que se compõe basicamente da mesma substância. Não existem
substantivos verdadeiros, portanto só existem verbos. Assim como um bilhão de
várias ondas oceânicas são todas água, ‘onde-ando’, assim a água é apenas o
universo ‘ocean-ando’ – assumindo a forma de água. A parte do universo que é você está realmente ‘você-ando’ neste
exato momento. Não há razão para você ter medo de nada, ou para orgulhar-se
apenas das coisas que lhe são particulares, porque não há nenhum você, há apenas um universo momentaneamente
‘você-ando’ do qual você não pode ser separado da mesma forma que uma onda
oceânica não pode ser separa da água. A terrível separação da morte e a
alienação dos indivíduos no seio das comunidades e do vasto universo – essas rupturas
não existem na realidade. Somos iludidos pela estrutura atemporal de nossa
mente, não vemos o fluxo de uma unicidade. Com muito trabalho, podemos
reconfigurar os nossos cenários para ver as coisas como elas realmente são:
fluídas, atemporais, interligadas. Isso nos torna alegres, afáveis,
inabaláveis.(Hecht, págs. 126-127)
Jennifer Michael Hecht, Dúvida uma história – Os grandes questionadores e seu legado, de Sócrates e Jesus a Nietzsche e Einstein
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