Leituras diárias

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024



“Perguntemos agora o que Protágoras entendia por ‘medida de todas as coisas’. A realidade dos fenômenos existia para Protágoras? O homem, como ‘medida das coisas’, era apenas um juiz das propriedades que as coisas lhe impunham? A sua ‘medida’ correspondia ao ser real, além da mera aparência? Ou será que o homem criou primeiro o mundo fenomênico por meio de sua imaginação? Não encontramos resposta para essas perguntas em Protágoras. No entanto, podemos responder por ele a partir do que sabemos: é uma questão de total indiferença para o homem se as coisas além do julgamento e da concepção humana também existem realmente, uma vez que para todos os efeitos práticos o mundo externo tem apenas valor relativo para o homem. Para Protágoras não importa se às coisas pode ser atribuída uma realidade especial além disso. Não só a percepção sensorial individual deveria ser decisiva, é claro, mas a soma de todo o conhecimento obtido por quaisquer meios possíveis. As coisas possuem significado e realidade para uma pessoa de acordo com a medida em que ela está disposta e é capaz de julgá-las. A teoria do fluxo constante de todas as coisas, quando aplicada ao discernimento dos fenômenos, leva à relatividade de todas as coisas. Essa é a base dos ensinamentos de Protágoras.” (Lachmann, págs. 10 e 11)

 

Benedict Lachmann, Protágoras, Nietzsche e Stirner: expositores do egoísmo (original Protagoras, Nietzsche and Stirner: expositors of egoism)

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