“Segundo
a teoria do Big Bang, uma explosão primordial que teria dado origem ao cosmos,
que se estima mais recentemente ter ocorrido há 13,7 bilhões de anos, especula-se
que esse evento coincida com o nascimento do tempo. Em consequência disso, se o
tempo nasceu com uma explosão primordial, surge uma questão: se o tempo nasceu,
ele também pode morrer? Se é que ‘nascer’ e ‘morrer’ são expressões que fazem
sentido quando aplicadas ao tempo.
O
tempo pode acabar? George Musser, autor de vários livros, editor e redator de Scientific American, responde tanto
afirmativa quanto negativamente a essa questão. Musser argumenta que a teoria
da relatividade geral prevê que o tempo se esgote em pontos chamados
singularidades, caso em que a matéria mergulha no coração de um buraco negro,
ou que o universo acabe desabando num ‘Big
Crunch’, algo como um colapso sobre si mesmo, num movimento contrário à
expansão. Ainda assim, ele argumenta que singularidades demandam que a matéria
atinja condições fisicamente impossíveis. Na interpretação de Musser, uma
chance de responder à pergunta sobre a morte do tempo é considerar que ela
possa ocorrer de forma gradual. O tempo poderia, por exemplo, perder seus
atributos um a um: direcionalidade, duração e ordenação de eventos. Com isso, a
morte do tempo abriria caminho para uma física atemporal.” (Capozzoli, págs. 42 e 43)
Ulisses Capozzoli, A origem e o fim do tempo: interpretações da física e da filosofia
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