Leituras diárias

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025


 

“Segundo a teoria do Big Bang, uma explosão primordial que teria dado origem ao cosmos, que se estima mais recentemente ter ocorrido há 13,7 bilhões de anos, especula-se que esse evento coincida com o nascimento do tempo. Em consequência disso, se o tempo nasceu com uma explosão primordial, surge uma questão: se o tempo nasceu, ele também pode morrer? Se é que ‘nascer’ e ‘morrer’ são expressões que fazem sentido quando aplicadas ao tempo.

O tempo pode acabar? George Musser, autor de vários livros, editor e redator de Scientific American, responde tanto afirmativa quanto negativamente a essa questão. Musser argumenta que a teoria da relatividade geral prevê que o tempo se esgote em pontos chamados singularidades, caso em que a matéria mergulha no coração de um buraco negro, ou que o universo acabe desabando num ‘Big Crunch’, algo como um colapso sobre si mesmo, num movimento contrário à expansão. Ainda assim, ele argumenta que singularidades demandam que a matéria atinja condições fisicamente impossíveis. Na interpretação de Musser, uma chance de responder à pergunta sobre a morte do tempo é considerar que ela possa ocorrer de forma gradual. O tempo poderia, por exemplo, perder seus atributos um a um: direcionalidade, duração e ordenação de eventos. Com isso, a morte do tempo abriria caminho para uma física atemporal.”  (Capozzoli, págs. 42 e 43)

 

Ulisses Capozzoli, A origem e o fim do tempo: interpretações da física e da filosofia

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