Leituras diárias

domingo, 25 de maio de 2025


“O sistema de Hegel representa, dentro do pensamento ocidental, a terceira  grande tentativa de segurança: depois do cosmológico de Aristóteles e do teológico de São Tomás, temos o logológico de Hegel. Toda insegurança é subjugada, toda preocupação com o sentido, todo medo da decisão, todos problemas abismais. A razão do mundo mostra a sua marcha indeclinável através da história, e o homem inquiridor sabe disso. Dito de outra forma: o seu conhecimento constitui, propriamente, a meta e o fim dessa marcha, em que a verdade que se realiza, se conhece na sua realização. As etapas da marcha se sucedem numa ordem absoluta: são governadas soberanamente pela lei da dialética, segundo a qual a tese é substituída pela antítese e esta pela síntese. Com a mesma segurança com a qual marchamos de um andar a outro e de um cômodo a outro numa casa bem construída, imóvel em seus alicerces, paredes e tetos, é assim que o homem hegeliano marcha pela nova mansão cósmica da história, cujo significado ele conhece completamente.” (Buber, págs. 35 e 35).

 

Martin Buber (1878-1965), filósofo austríaco-israelita em Qué es el hombre? (O que é o homem?)


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