“O
materialismo dialético e histórico tornou-se o fundamento filosófico dos
movimentos socialistas e comunistas em todo o mundo. Ele forneceu uma estrutura
para a compreensão não apenas dos sistemas econômicos, mas também das
revoluções políticas, das lutas sociais e das mudanças culturais. Sua ênfase
nas condições materiais e nas relações de classe conferiu-lhe relevância
prática muito além da filosofia acadêmica.
Os
críticos, no entanto, contestaram seu determinismo, argumentando que ele reduz
a capacidade de ação humana e enfatiza excessivamente os fatores econômicos em
detrimento das ideias, da cultura e da escolha individual. Outros apontam que a
história nem sempre segue a progressão linear idealizada por Marx e que as
revoluções frequentemente surgem de combinações complexas de fatores. Contudo,
o materialismo dialético e histórico representa um importante ponto de virada
na história da filosofia materialista. Eles mudaram o foco das descrições
estáticas do mundo físico para análises dinâmicas da mudança — tanto na
natureza quanto na sociedade. Ao fundamentar a história humana nas condições
materiais e em suas contradições, Marx e Engels forjaram uma forma de
materialismo que permanece central para a teoria política, a crítica econômica
e o ativismo social.”
“Em
termos práticos, uma perspectiva materialista sobre o livre-arbítrio afeta
nossa abordagem à justiça e à punição. Se as ações das pessoas são moldadas por
sua biologia, ambiente e experiências, então a responsabilidade moral deve
levar esses fatores em consideração. Isso não significa eliminar a
responsabilidade, mas pode mudar o foco da retribuição para a reabilitação, a
prevenção e a compreensão das causas profundas do comportamento prejudicial.
Uma ética materialista poderia argumentar que a melhor maneira de reduzir a
criminalidade é combater a pobreza, melhorar a educação e fornecer cuidados de
saúde mental, em vez de depender exclusivamente de medidas punitivas. O
materialismo também reformula a motivação moral. Sem a promessa de recompensa
divina ou a ameaça de punição eterna, por que ser moral? Os
materialistas frequentemente respondem que a empatia, os laços sociais e o
interesse próprio racional fornecem ampla motivação para o comportamento moral.
A biologia evolutiva apoia a ideia de que a cooperação e o altruísmo podem ser
vantajosos, tanto para os indivíduos quanto para a sobrevivência do grupo.
Dessa forma, os próprios instintos morais podem ser compreendidos como produtos
da seleção natural.”
O Atlas Prático - Materialismo
Explicado: Compreendendo a Filosofia da Matéria, da Mente e da Realidade (The Practical Atlas - Materialism Explained:
Understanding the Philosophy of Matter, Mind, and Reality)


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