Leituras diárias

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

 

“O materialismo dialético e histórico tornou-se o fundamento filosófico dos movimentos socialistas e comunistas em todo o mundo. Ele forneceu uma estrutura para a compreensão não apenas dos sistemas econômicos, mas também das revoluções políticas, das lutas sociais e das mudanças culturais. Sua ênfase nas condições materiais e nas relações de classe conferiu-lhe relevância prática muito além da filosofia acadêmica.

Os críticos, no entanto, contestaram seu determinismo, argumentando que ele reduz a capacidade de ação humana e enfatiza excessivamente os fatores econômicos em detrimento das ideias, da cultura e da escolha individual. Outros apontam que a história nem sempre segue a progressão linear idealizada por Marx e que as revoluções frequentemente surgem de combinações complexas de fatores. Contudo, o materialismo dialético e histórico representa um importante ponto de virada na história da filosofia materialista. Eles mudaram o foco das descrições estáticas do mundo físico para análises dinâmicas da mudança — tanto na natureza quanto na sociedade. Ao fundamentar a história humana nas condições materiais e em suas contradições, Marx e Engels forjaram uma forma de materialismo que permanece central para a teoria política, a crítica econômica e o ativismo social.”

 

“Em termos práticos, uma perspectiva materialista sobre o livre-arbítrio afeta nossa abordagem à justiça e à punição. Se as ações das pessoas são moldadas por sua biologia, ambiente e experiências, então a responsabilidade moral deve levar esses fatores em consideração. Isso não significa eliminar a responsabilidade, mas pode mudar o foco da retribuição para a reabilitação, a prevenção e a compreensão das causas profundas do comportamento prejudicial. Uma ética materialista poderia argumentar que a melhor maneira de reduzir a criminalidade é combater a pobreza, melhorar a educação e fornecer cuidados de saúde mental, em vez de depender exclusivamente de medidas punitivas. O materialismo também reformula a motivação moral. Sem a promessa de recompensa divina ou a ameaça de punição eterna, por que ser moral? Os materialistas frequentemente respondem que a empatia, os laços sociais e o interesse próprio racional fornecem ampla motivação para o comportamento moral. A biologia evolutiva apoia a ideia de que a cooperação e o altruísmo podem ser vantajosos, tanto para os indivíduos quanto para a sobrevivência do grupo. Dessa forma, os próprios instintos morais podem ser compreendidos como produtos da seleção natural.”

 

O Atlas Prático - Materialismo Explicado: Compreendendo a Filosofia da Matéria, da Mente e da Realidade (The Practical Atlas - Materialism Explained: Understanding the Philosophy of Matter, Mind, and Reality)

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