Millôr
Fernandes (1923-2012), nome artístico
de Milton Viola Fernandes, foi desenhista, jornalista humorista,
dramaturgo, escritor, poeta e tradutor. Conquistou notoriedade por suas colunas de humor gráfico em
publicações como Veja, O Pasquim e Jornal do
Brasil, entre vários outros veículos.
Começou
a trabalhar ainda jovem na redação da revista O Cruzeiro, iniciando precocemente uma
trajetória pela imprensa brasileira que deixaria sua marca
nos principais veículos de comunicação do país. Em
seus mais de 70 anos de carreira produziu de forma prolífica e diversificada,
ganhando fama por suas colunas de humor gráfico.
Em seus trabalhos costumava valer-se de expedientes como a ironia e
a sátira para
criticar o poder e as forças dominantes, sendo em consequência confrontado
constantemente pela censura. Dono de um estilo considerado singular, era visto
como figura desbravadora no panorama cultural brasileiro, como no teatro, onde se
destacou tanto pela autoria quanto pela tradução de um grande número de peças.
Algumas
observações de Millôr Fernandes:
“O Brasil já está à beira do
abismo. Mas ainda vai ser preciso um grande esforço de todo mundo pra
colocarmos ele novamente lá em cima.”
“Está bem. Deus é
brasileiro. Mas pra defender o Brasil de tanta corrupção só colocando Deus no
gol.”
“Grandes advogados conhecem
muita jurisprudência. Advogados geniais conhecem muitos juízes.”
“Cincoenta por cento dos
doentes morrem de médico.”
“O cinismo é o máximo de
sofisticação filosófica. Só ele aproxima da verdade.”
“O chato pro comediante é
quando quem ri por último está sentado na primeira fila.”
“Os fatos, na verdade, já
não acontecem. São fabricados nas poderosas oficinas da comunicação de massa.”
“O problema da democracia é
que quando o povo toma o palácio não sabe puxar a descarga.”
“Estes mortos
extraordinários de que estão me falando, decididamente não são os vivos que eu
conheci.”
“Nas noites de Brasília,
cheias de mordomia, todos os gastos são pardos.”
“O Brasil é o país mais
maravilhoso do mundo. Mas o mundo não sabe.”
“Como é que um monte de
indivíduos ignorantes consegue fazer essa coisa formidável chamada sabedoria
popular?”
(Do livro “A Bíblia do Caos” de Millôr Fernandes)
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