Perguntando é que se aprende! (VI)

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Por 265 contra 166 votos, a Câmara decidiu ontem não caçar o mandato da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), envolvida em um esquema de corrupção conhecido como Mensalão do DEM. Sobre a deputada não pesam somente suspeitas; ela efetivamente foi filmada recebendo dinheiro de outro envolvido no escândalo, Durval Barbosa.

Alegam os egrégios parlamentares, que votaram contra a cassação, que o pequeno deslize da deputada ocorreu em 2006, antes de ela ser eleita. No entanto, será que tal fato não diz algo sobre a moral da deputada, que faz parte da sua personalidade até hoje? Será que meu empregador me manteria empregado, se decobrisse que antes de ser seu funcionário, estive envolvidos em pequenos deslizes comparáveis aos da nobre deputada?

Esta manobra da Câmara já havia sido prevista pela imprensa em abril deste ano (veja neste blog "Considerações oportunas I"). Para que seu mandato fosse cassado, eram necessários pelo menos 257 votos de deputados.

Atitudes como estas demonstram o conceito que estes deputados (os que votaram contra a cassação) fazem do povo brasileiro. Com certeza nos consideram uma nação de idiotas!  Em vídeo divulgado pelo site Terra (http://terratv.terra.com.br/Noticias/Brasil/4194-378389/Inocentada-deputada--diz-que-foi-vitima-da-midia.htm) a deputada diz, entre outras coisas, que foi vítima da mídia.

Causa também estranheza o fato de que a Lei da Ficha Limpa talvez não venha a ter validade na próxima eleição municipal. Não tem nada a ver diretamente com este caso, mas dá o que pensar...

Fatos como estes comprovam para nós, cidadãos pagantes de impostos, que:
- No Brasil, o crime realmente compensa;
- Pagamos um monte de impostos e é dessa maneira que parte dos recursos do país é administrada;
- Por causa da corrupção os hospitais, escolas, a infraestrutura e os aposentados (privados) não recebem recursos suficientes. Indiretamente, tais políticos são responsáveis pela morte de milhares de pessoas nas filas dos hospitais;
- O povo brasileiro ainda é trouxa (além de idiota, como nos consideram os políticos). No Chile e na Argentina, por muito menos, o pessoal vai para a rua;
- Se não pune os infratores, grande parte dos políticos é conivente com a corrupção: quem cala consente;
- Teria a deputada dado a impressão de "eu sou você amanhã" para muitos políticos, fazendo assim com que votassem pela não cassação, pensando eu seu futuro?

Fica ainda a pergunta, que já fizemos uma outra vez nesta coluna. Se a nobre deputada é inocente, e tudo não passou de calúnia da mídia, por que ela não processa a imprensa, ao invés de deixar o caso esfriar?

Será que vale aquele mote: "Sou brasileiro e não desisto nunca de deixar que me enganem"? Quando haverá efetiva punição para tais casos? Quando a maior parte da população vai se rebelar contra fatos como estes?

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