Voltam as festas de final de ano, o verão e
as férias e, novamente, milhões de brasileiros se dirigem ao litoral para
descansarem e se divertirem. Além dos enormes congestionamentos nas estradas,
da falta de água na maioria das cidades à beira-mar, repetem-se os
mesmos problemas dos anos anteriores. Cidades abarrotadas de veículos de
turistas, grandes volumes de lixo gerados em todos os lugares, comércio com
grande movimento. Bom para os cofres das cidades, mas uma sobrecarga à infra-estrutura.
Os grandes deslocamentos de pessoas, principalmente durante o Ano
Novo e o Carnaval, geram grande impacto ao frágil meio ambiente da maioria das cidades
litorâneas do Brasil. Somente no Estado de São Paulo tivemos, por ocasião das
festas de final de ano, um deslocamento de cerca de 3,5 milhões de pessoas em
direção às praias. Não é de se admirar que os serviços públicos (hospitais,
coleta de lixo, água e esgoto) não possam atender uma demanda tão grande, sem
qualquer tipo de problema.
Um dos grandes impactos ambientais nas
cidades turísticas à beira-mar é o lixo descartado nas praias. Apesar das
constantes campanhas da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, com
o apoio de canais de televisão e de voluntários de diversas Ongs, ainda é muito
grande o volume de resíduos jogados pela população nas praias. O pior é que a
maior parte deste lixo é gerada por turistas; pessoas que estão no litoral
apenas em visita e, supostamente, deveriam estar condicionados a não sujar a areia
onde tomam sol ou descansam. Trata-se de imensos volumes de restos de comida,
latas, copos e sacos de plástico, cigarros, papéis, vidro quebrado, etc., que a cada manhã se
encontram na praia. Ainda bem cedo, um trator da prefeitura remove a camada de
cima da areia, misturada aos resíduos, coloca-a em um caminhão, que então a
deposita em algum lugar afastado da praia.
São volumes que podem chegar a
alguns metros cúbicos a cada dia, durante o período da alta estação. Esta areia
é definitivamente tirada da praia e não retorna mais, servindo apenas a algum
aterro na periferia da cidade. Aos poucos, durante os anos, as praias sofrem um
processo de erosão, permitindo que as marés avancem cada vez mais. Para
resolver problema semelhante, as prefeituras de cidades litorâneas nos Estados
Unidos – além de imporem pesadas multas aos poluidores – adquiriram
equipamentos especiais, que permitem separar a areia do lixo, evitando que a
praia desapareça. A maioria das cidades litorâneas do Brasil, com certeza, poderia
implementar tecnologias semelhantes (com uma melhor gestão dos recursos).
Como dizem, somos um país jovem, uma
sociedade em desenvolvimento, e ainda temos muito que aprender. Mas, será que aprender
implica cometermos os mesmos erros que outros cometeram? Sabemos que o grau de
civilidade está relacionado ao nível educacional do cidadão. Todavia, será que
precisaremos esperar até que a maior parte da população tenha um nível razoável
de educação, para que, por exemplo, nossas praias estejam limpas?
(Imagens: fotografiras de Ernst Haas)
1 comments:
isso e muito grande resumir de,or um ano
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