"(Ludwig von) Mises foi o primeiro a compreender integralmente que a divisão entre Stalin e Hitler, socialismo e fascismo, direita e esquerda, era uma ilusão, e que o movimento totalitarista baseado em Berlim era substancialmente similar àquele de Moscou. 'A terminologia da linguagem política é uma tolice'." - Kevin D. Williamson - O livro politicamente incorreto da esquerda e do socialismo
A crise da água está afetando grande parte do Brasil e, com
exceção da região Norte, agora deverá ocorrer periodicamente no restante do
país, segundo previsões de especialistas. Começa assim uma nova era, na qual a
antiga fartura de água em grande parte do território nacional mais densamente
habitado será condição do passado. Em sua vida diária e nas atividades
econômicas a sociedade precisará gradualmente se adaptar ao novo clima: mais
seco, com temperaturas crescentes e menores precipitações pluviométricas. As
cidades e todas as atividades econômicas que ocorrem em seu interior –
construção, indústria, comércio, turismo – e no seu entorno – agropecuária
geração elétrica e mineração – serão fortemente afetados.
Os fatores causadores destas estiagens são, dentre os
principais: o fenômeno do El Niño, variação da temperatura do oceano Pacífico
que influencia o regime de chuvas; os impactos das atividades econômicas, como
o crescimento das cidades e o aumento da frota veicular; as mudanças climáticas
em todo o mundo; e, muito provavelmente, o incessante desmatamento da Amazônia.
Estas as causas mais prováveis da redução do volume e freqüência das chuvas no
Sudeste e Centro-Oeste do país. No Nordeste, observa-se há anos o agravamento
da seca.
Céticos dizem que a fase de poucas chuvas poderá se estender
por alguns anos e depois, assim como surgiu, desaparecer. A hipótese não é
improvável, mas a se considerar a série histórica de medições da precipitação
pluviométrica em várias partes do país, não é isto o que vem ocorrendo. As
chuvas efetivamente vêm rareando e o país precisa se preparar para esta nova
realidade.
A construção civil é um dos maiores usuários de água, no
âmbito das atividades econômicas que se realizam na área urbana. Através do
Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS) e com o apoio do
Ministério do Meio Ambiente e do PNUMA (Programa das Nações Unidas para Meio
Ambiente) o setor da construção apresentou recentemente o estudo “Aspectos da
Construção Sustentável no Brasil e Promoção de Políticas Públicas”. O trabalho
apresenta 25 recomendações que servem de apoio à elaboração de políticas para
incentivar o uso eficiente da água em edificações, através de campanhas
educativas, incentivos econômicos e incorporação de novas tecnologias.
Outro setor econômico que se preocupa há algum tempo com a
escassez de água é o agrícola. Através da EMBRAPA (Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária) o setor já pesquisa novas espécies de plantas mais resistentes
à seca. Tendo decifrando o genoma (o mapa genético da planta) de espécies como
o café, a soja, o milho, o feijão e o tomate, a empresa agora procura genes
(partes do genoma) que inseridos no genoma da planta têm o potencial de tornar
o vegetal mais resistente à seca.
Além destes, existem vários outros exemplos do que vem sendo
feito para reduzir o uso de água: economia de água na pintura de automóveis;
redução do uso de água na irrigação; uso de aditivos em substituição à água no
concreto; medidas de reuso de água em residências, escritórios e fábricas;
armazenagem e reutilização da água da chuva. São técnicas cujo uso precisa ser
incentivado por associações e regulado pelo poder público; setores que devem
liderar a iniciativa de implantar medidas preventivas com o objetivo de
preparar o país para tempos mais secos.
(Imagens: fotografias de Cristiano Mascaro)
0 comments:
Postar um comentário