"Deus criou o homem segundo sua imagem. Possivelmente isto significa: o homem criou Deus segundo a sua."
(G. C. Lichtenberg)
E depois do coronavírus, Brasil?
A
toda hora se escuta falar da “volta à normalidade”, depois que passar a crise do coronavírus. Muitos provavelmente
esperam que em alguns meses suas vidas voltem a ser exatamente do jeito que
eram. Uma crise econômica, talvez, mas com rápida recuperação e retorno à antiga rotina.
O
estrago do corona vírus será maior do que muitos imaginam. Economistas já
preveem recessão na economia mundial e provavelmente lenta recuperação.
Falências e desemprego, com estados fazendo o possível para ajudar a colocar a
atividade econômica novamente em marcha em seus países.
Em
consequência desta situação virão muitas mudanças, como as que abordamos recentemente
em artigo publicado neste blogue (http://ricardorose.blogspot.com/2020/04/coronavirus-tempos-interessantes.html).
O
capitalismo, provavelmente, mais uma vez se adaptará às novas condições e passará por mudanças.
A começar por uma grande ironia da história, que parece se desenhar no
horizonte: com a crise econômica nos Estados Unidos provocada pelo coronavírus,
a maior economia do sistema capitalista será a de uma país que ainda se diz
comunista, a China.
Qual
será o papel do Brasil neste nesta nova disposição de forças no mundo? O atual
governo começou como grande aliado dos Estados Unidos. O presidente Bolsonaro
fez quatro visitas a Trump, desde que assumiu o mandato em janeiro de 2019.
Para poder entrar na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE) o governo brasileiro atendeu a mais de 100 requisitos impostos – alguns beneficiando
diretamente a economia americana.
Por
outro lado, é necessário lembrar que o maior parceiro comercial do Brasil ainda
continua sendo a China – pelo menos até pouco antes da crise provocada pela
pandemia. Nas últimas semanas, no entanto, são cada vez mais frequentes os
ataques à China por parte de membros da família Bolsonaro e de ministérios do
governo brasileiro. Nas redes sociais circulam fake news, estranhamente com o mesmo discurso de ataque à China e sua cultura.
Depois de mais uma ofensa feita àquele país, desta vez pelo Ministro da Educação, Abraham Weintraub, nota divulgada pela embaixada da China nas redes sociais diz o seguinte: "deliberadamente elaboradas, tais declarações são completamente absurdas e desprezíveis, que têm cunho fortemente racista e objetivos indizíveis, tendo causado influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China-Brasil."
Depois de mais uma ofensa feita àquele país, desta vez pelo Ministro da Educação, Abraham Weintraub, nota divulgada pela embaixada da China nas redes sociais diz o seguinte: "deliberadamente elaboradas, tais declarações são completamente absurdas e desprezíveis, que têm cunho fortemente racista e objetivos indizíveis, tendo causado influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China-Brasil."
Será
que estes senhores ainda não se deram conta para onde caminha a economia
mundial? Qual o papel este senhores imaginam, terá o Brasil na nova
ordem mundial do período pós-coronavirus?
A recuperação da economia brasileira não será tarefa fácil. Pior ainda, se associado a estas dificuldades estivermos também com problemas de relacionamento com nosso maior cliente.
(Imagem: G. C. Lichtenberg)
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