“Neste
sentido, o atomismo representou o ponto de vista intermediário entre duas
escolas filosóficas gregas mais importantes da época: a que propunha que na
realidade tudo flui e nada permanece, e a que, pelo contrário, afirmava que
toda mudança era mera ilusão. Efetivamente, na teoria atômica, os átomos são
imensamente estáveis e imutáveis, mas, ao mesmo tempo, toda a realidade é
mutável e encontra-se em mudança constante devido a variações aleatórias das
diferentes configurações atômicas. A hipótese atômica tinha muitas implicações
adicionais de monta, como, por exemplo, se o número de átomos é infinito, e o
nosso planeta é o produto de uma configuração particular resultante das
colisões aleatórias de átomos entre si ao longo de um intervalo de tempo muito
grande, então deveria existir no universo uma infinidade de outros planetas,
resultado de diferentes configurações atômicas, alguns parecidos com a Terra (e
talvez com a vida inteligente também!) e outros com propriedades extremamente
diferentes.” (Chacón, pág. 22)
Juan Rojo Chacón, A vida íntima das partículas – Dos átomos de Demócrito ao bóson de Higgs
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