“A
corrupção na política, assim como em todas as esferas de poder, entidades
reguladoras, federações esportivas etc., parece confirmar que o poder é o meio
para acumular riqueza. Trata-se de uma distorção provocada pela financeirização
do mundo, onde tudo pode e deve ser definido e avaliado em termos da
contabilidade financeira. Essa distorção explica tanto a reificação das
restrições financeiras como a recusa a aceitar que a moeda fiduciária torna o
Estado um agente sem restrição financeira. Se o objetivo supremo da vida é
acumular riqueza financeira, o Estado, como ente sem restrição financeira,
representa o poder supremo. Quem controla o Estado é todo-poderoso para
enriquecer. Sem reconhecer que o crédito e a contabilidade financeira são
instrumentos sociais, que devem ser usados para garantir a produtividade e o
bem-estar comum e não para enriquecer os ocupantes do Estado e seus aliados,
não há efetivamente como garantir a boa governança.” (Lara Resende, pág. 56)
André Lara Resende, Camisa de força ideológica – A crise da macroeconomia
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