Rachel de Queiroz nasceu
em Fortaleza, CE em 17 de novembro de 1910 e morreu no Rio de
Janeiro, a 4 de novembro de 2003. Foi tradutora, romancista, escritora, jornalista,
cronista dramaturga brasileira. Rachel era filha de Daniel de Queiroz Lima e Clotilde
Franklin de Queiroz, descendente pelo lado materno da família do
escritor José de Alencar (1829-1877).
Em
1915, após uma grande seca (sobre a qual escreveria um livro que a tornaria famosa, O Quinze), muda-se com seus pais para
o Rio de Janeiro e logo depois
para Belém do Pará.
Retornou para Fortaleza dois anos depois. Em 1925 Rachel concluiu o
curso normal no Colégio da Imaculada Conceição.
Estreou
na imprensa no jornal “O Ceará”, após escrever uma carta ridicularizando
o concurso Rainha dos Estudantes, promovido pela publicação. A reação foi tão
boa que o diretor do jornal, Júlio Ibiapina, a convidou para colaborar com a
publicação. Em 1930 lançou seu primeiro romance na forma de folhetim,
intitulado História de um Nome.
Aos
dezenove anos, ficou nacionalmente conhecida ao publicar O Quinze (1930), romance que
mostra a luta do povo nordestino contra a seca e a miséria.
Demonstrando preocupação com questões sociais e hábil na análise psicológica de
seus personagens, destaca‐se
no desenvolvimento do romance nordestino. A obra foi escrita quando a autora
contraiu uma congestão pulmonar e, com suspeita de tuberculose, foi obrigada a
ficar em repouso.
Entre
1928 e 1929 Rachel começa a se interessar por política social e ingressa no Bloco Operário Camponês em Fortaleza,
formando o primeiro núcleo do Partido Comunista Brasileiro. Em 1933 desentende-se
com a direção do partido e se aproxima de Lívio Xavier e
de seu grupo, em São Paulo, onde vai morar até 1934. Milita
então com Aristides Lobo, Plínio Mello, Mário Pedrosa,
Lívio Xavier, filiando-se ao sindicato dos professores de ensino livre,
controlado naquele tempo pela ala trotskista do partido.
Para
fugir da perseguição por ser esquerdista, muda-se para Maceió,
em 1935.
À época, durante o Estado Novo, viu seus livros serem
queimados junto com os de Jorge Amado, José Lins do Rego e Graciliano
Ramos sob a acusação de serem subversivos. Em 1939, já escritora
consagrada, muda-se para o Rio de Janeiro. No mesmo ano foi agraciada com o
Prêmio Felipe d'Oliveira pelo livro As
Três Marias. Escreveu ainda João
Miguel (1932), Caminhos de
Pedras (1937) e O Galo de
Ouro (1950).
Com
o tempo, Rachel foi mudando seu posicionamento político. Chegou a ser convidada
para ser ministra da Educação por Jânio Quadros (1961) e apoiou a ditadura militar que se instalou no
Brasil em 1964. Integrou o Conselho Federal de Cultura e o diretório nacional
da ARENA, partido político de sustentação do
regime.
Como
jornalista Rachel escreveu crônicas semanais durante trinta anos para a revista “O Cruzeiro” e com o fim desta para o
jornal “O Estado de S. Paulo”. Também colaborou
com diversos artigos para a revista luso-brasileira “Atlântico”. Autora de
destaque na ficção social nordestina, foi a primeira mulher a ingressar
na Academia Brasileira de Letras em 1977
e a primeira a receber o Prêmio Camões.
As principais obras de Rachel são:
Romances:
O Quinze (1930);
João Miguel (1932); Caminho de Pedras (1937); As Três Marias (1939); O Galo de Ouro (1950); Dôra Doralina (1975);
Memorial de Maria Moura (1992); As Terras Ásperas, O Livro de Contos (1993).
Crônicas:
A Donzela e a Moura Torta (1948);
Cem Crônicas Escolhidas (1958); O Brasileiro Perplexo (1964); O Caçador de Tatu (1967); Um Alpendre, uma Rede, um Açude (Crônicas
Escolhidas); O Homem e o Tempo (Crônicas
Escolhidas); As Menininhas e outras
Crônicas (1976); O Jogador de
Sinuca e mais Historinhas (1980).
Peças
de teatro: Lampião (1953); A Beata Maria do Egito (1958); Teatro (1995).
Infanto-juvenil:
O Menino Mágico (1969); Cafute e Pena-de-Prata (1986)
Outros:
Nosso Ceará, relato (1996) (em parceria
com a irmã Maria Luiza de Queiroz Salek); Tantos
Anos, autobiografia (1998) (com a irmã Maria Luiza de Queiroz Salek); Não me Deixes: Suas Histórias e sua Cozinha,
memórias gastronômicas (2000) (com Maria Luiza de Queiroz Salek).
Reunidas
de ficção: Três Romances (1948);
Quatro Romances (1960)
Frases de Rachel de Queiróz:
“A vida é uma tarefa que não pode ser
dividida com ninguém.”;
“A gente nasce e morre só. E talvez por isso
mesmo é que se precisa tanto de viver acompanhado.”;
“Falam que o tempo apaga tudo. Tempo não
apaga, tempo adormece.”;
“Doer, dói sempre. Só não dói depois de
morto. Porque a vida toda é um doer.”;
“Fui tomar satisfação a meu pai sobre esses
assuntos do céu: "O povo diz que o céu é la em cima e o inferno é lá
embaixo. Mas se a Terra é redonda e tem céu em toda a volta, onde fica o
inferno?". Meu pai, meio agnóstico, meio crente, me deu uma palmadinha
carinhosa e se saiu: "O inferno é aqui mesmo. Vá brincar!”;
"A piedade supõe uma condição de
superioridade e a gente só pode se compadecer de quem sofre mais do que nós.”.
(Fontes consultadas: Wikipedia; Site Pensador; Academia Brasileira de Letras; Site IMS)
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