“A
descoberta mais importante nas recentes pesquisas históricas e antropológicas é
que a economia do homem, como regra, está submersa em suas relações sociais.
Ele não age desta forma para salvaguardar seu interesse individual na posse de
bens materiais, ele age assim para salvaguardar sua situação social, suas
exigências sociais, seu patrimônio social. Ele valoriza os bens materiais na
medida em que eles servem a seus propósitos. Nem o processo de produção, nem o
de distribuição está ligado a interesses econômicos específicos relativos à
posse de bens. Cada passo desse processo está atrelado a um certo número de
interesses sociais, e são estes que asseguram a necessidade daquele passo. É
natural que esses interesses sejam muito diferentes numa pequena comunidade de
caçadores ou pescadores e numa ampla sociedade despótica, mas tanto numa como
noutra o sistema econômico será dirigido por motivações não-econômicas.”
(Polanyi, pág. 65)
Karl Polanyi, A grande transformação – As origens da nossa época
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