Alberto Dines nasceu na cidade de Rio de Janeiro em 19 de fevereiro de 1932 e faleceu em São Paulo em 22 de maio de 2018.
Dines
começou sua carreira jornalística como crítico de cinema na revista “A Cena
Muda”, em 1952. Logo em seguida foi convidado por Nahum Sirotsky para escrever
sobre assuntos ligados ao teatro, cinema e vida artística na revista “Visão”,
que havia sido recentemente fundada. Na mesma publicação passou a escrever
sobre assuntos ligados à política. Em 1957 é contratado pela revista “Manchete”,
mas depois de um desentendimento com seu proprietário, Adolpho Bloch,
demite-se. No ano de 1959 passa a ser responsável pelo conteúdo do “Segundo
Caderno” do jornal “Última Hora”, pertencente ao jornalista e empresário Samuel
Wainer. Em 1960 transfere-se para o jornal “Tribuna da Imprensa”, pertencente
ao “Jornal do Brasil”.
Em
1960 recebe convite para dirigir o “Diário da Noite”, pertencente aos “Diários
Associados”, do empresário e jornalista Assis Chateaubriand. A carreira de
Dines avança e em 1962 assume o cargo de editor-chefe do “Jornal do Brasil”,
onde trabalhou por doze anos.
Em
1964 Alberto Dines publica o livro Os
idos de março e a queda em abril. Nesta obra critica o regime deposto e considera
a repressão que imediatamente segue o Golpe como dura, mas necessária. Mais
tarde, no entanto, em 1968, à frente do “Jornal do Brasil”, condena a censura e
o Ato Institucional nº 5. Em 1973 foi demitido do jornal ao publicar um artigo
em que criticava a relação dos donos de sua empresa com o governo do estado do
Rio de Janeiro. Em 1974 vai para os Estados Unidos, para dar aulas na
Universidade de Colúmbia como professor-visitante.
Em
1975 Dines volta ao Brasil e, a convite de Cláudio Abramo assume o cargo de
diretor da sucursal carioca do jornal “Folha de São Paulo”. Neste jornal também
criou a coluna “Jornal dos Jornais”, para avaliar a imprensa em geral. Esta
coluna tornou-se o embrião do futuro “Observatório da Imprensa”. Em 1980 deixa
o jornal “Folha de São Paulo” e passa a colaborar com o semanário carioca “O
Pasquim”.
Dines
passa então a fixar residência em Lisboa, onde assume a função de secretário
editorial do Grupo Abril. Durante sua permanência em Portugal, de 1988 a 1995,
Dines lança a revista de economia e negócios “Exame”. Ainda em Lisboa também
lança o “Observatório da Imprensa”, periódico crítico que passa a acompanhar a
mídia brasileira.
Quando
retorna ao Brasil em 1994, Dines é um dos responsáveis em criar do Laboratório
de Estudos Avançados em Jornalismo da Universidade de Campinas (UniCamp),
onde foi pesquisador sênior. A versão eletrônica do “Observatório da Imprensa”
foi lançada em 1996, contando com versões para a TV e o rádio.
Albert
Dines também teve atividade docente, lecionando jornalismo na Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro entre 1963 e 1966. Em 1974, foi
professor visitante da Escola
de Jornalismo da Universidade de Columbia, Nova
Iorque. Convidado como paraninfo de uma turma desta Faculdade,
logo após a edição do AI-5,
fez um discurso criticando a censura e,
em consequência, foi preso em dezembro de 1968 e submetido a inquérito.
Alberto
Dines casou-se em primeiras núpcias com Ester Rosali, com quem teve quatro
filhos, e em segundas núpcias com a jornalista Norma Couri. Morreu em São Paulo
a 22 de maio de 2018 aos 86 anos.
Publicações de Alberto Dines: escreveu mais de 15 livros, entre eles Morte no paraíso, (1981); Vínculos do fogo – Antônio José da Silva, o Judeu, e outras histórias da Inquisição em Portugal e no Brasil, Tomo I (1992); O Baú de Abravanel (1990); O papel do jornal e a profissão de jornalista (2009); Vínculos de Fogo; Por que não eu; entre outros.
Frases
de Alberto Dines:
“Estamos assistindo a um processo de
degradação jornalística sem paralelo em nossa história. Com a cumplicidade dos
jornalistas-executivos, aqueles que nos seminários idolatram os leitores, mas,
no dia-a-dia, massacram suas necessidades informativas e culturais mais
elementares. Pensam que estão apenas enterrando uma fase na vida da nossa
imprensa. Estão enterrando a própria noção de imprensa quando imaginam que se
pode fazer jornalismo sem jornalistas.”;
“Todo Jornalismo é investigativo, ou não é
Jornalismo. Donde se conclui que o que lemos, ouvimos e vemos todos os dias na
imprensa não é Jornalismo.”;
“Não se pode dizer que a imprensa de
determinado país ou região é ruim ou boa. Ela é reflexo e segmento da própria
sociedade a que serve.”;
“A sociedade que aceita qualquer jornalismo
não merece jornalismo melhor.”
“A sociedade é maior do que o mercado. O
leitor não é consumidor, mas cidadão. Jornalismo é serviço público, não
espetáculo.”;
“A imprensa não é uma instituição, é bom que
não seja. É um poder político, informal. Teoricamente é um dos quatro poderes,
embora sob o ponto de vista estritamente prático perdeu o lugar para o
Ministério Público. É um poder político, mas não um poder físico efetivo. A
imprensa é a herdeira natural da sociedade democrática moderna.”.
(Fontes consultadas: Wikipedia; Site Observatório da Imprensa; Site Ditados; Site G1; Site Periódicos Eletrônicos de Psicologia – entrevista à revista IDE)
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