J.C. Ismael (sempre
se identificou desta forma) nasceu em 1938 e iniciou sua carreira como
jornalista nos anos 1950, trabalhando como repórter e crítico de cinema na
imprensa da cidade paulista de São José do Rio Preto. Depois de se formar em
direito, passou a atuar como crítico de cinema no jornal “O Estado de São Paulo”
e colaborador do “Suplemento Literário”, seguido pelo “Caderno 2”, na edição
dominical do jornal.
J.C.
Ismael também foi colaborador na revista “Ilustrada” do jornal “Folha de São
Paulo”, “Caderno de Sábado” do “Jornal da Tarde” e na revista “IstoÉ”. Escreveu
artigos, entrevistas, ensaios e resenhas sempre na área da cultura, onde publicou
mais de setecentos artigos.
Também
atuou no cinema, onde dirigiu em 1968 o documentário Um Dia na Velhice e produziu diversos curtas-metragens sobre artes
plásticas, entre 1978 e 1981; entre os quais o único disponível sobre a obra do
artista Samson Flexor. Ainda como jornalista, foi editor do “Dipo”, o caderno
de propaganda e marketing do extinto jornal “Diário Popular”.
J.C.
Ismael também foi tradutor de obras literárias e editor de antologias das
poesias de William Blake e John Donne, sendo autor dos seguintes livros: Cinema e Circunstância (Buriti, 1963); Thomas Merton, o Apóstolo da Compaixão (
T.A. Queiroz, 1984); Alan Watts — A
Sagração do Caminho (T. A. Queiroz, 1988); Iniciação ao Misticismo Cristão (Record / Nova Era, 1998); Um ensaio da coletânea Visões do Novo
Milênio (Mercuryo, 1999); O Médico e o
Paciente – Breve História de uma Relação Delicada (T.A.
Queiroz Editor, 2002 e MG Editores, 2ª edição, 2005); e Sócrates e a
Arte de Viver (Editora Ágora, 2004).
J.C. Ismael faleceu em 7 de abril de 2011, aos 73 anos, em decorrência de um câncer.
Frases
de J.C. Ismael:
“Não se levar a sério significa questionar
constantemente os próprios valores, trocando-os por outros sempre que isso
possa enriquecer o conhecimento, mas significa principalmente encarar a vida
com humor, transmitindo-o aos que o cercam como antídoto para os inevitáveis
sofrimentos do cotidiano. As pessoas mais sábias são as que se conhecem
profundamente, e por isso alcançaram a paz interior refletida no sorriso
permanente de quem atingiu a sabedoria de não se encarar com seriedade.”
(Sócrates e a arte de viver);
“À medida que envelhece, (a filósofa Ayn) Rand
torna-se uma crítica impiedosa dos romancistas contemporâneos. Relê
principalmente Victor Hugo, mas sem abandonar as novelas policiais de Mickey
Spillane porque ‘tratam o conflito entre o bem e o mal em termos de branco e
preto’: para ela, a tonalidade cinzenta simboliza a relutância dos atos
humanos. Nos últimos anos de vida, semi-reclusa no modesto apartamento de
Manhattan, seu grande prazer é contemplar o horizonte da amada Nova York: para
quem, como ela, razão e fé se excluem, nada supera a imponência dos
arranha-céus recortados pelo crepúsculo, metáforas do triunfo da razão e da
racionalidade que passou a vida defendendo. (Ayn Rand ou o primado da
razão);
“Autor de uma dramaturgia aparentemente
desengajada, (escritor Oscar) Wilde pretende servir de espelho convexo para
mostrar a visão distorcida que a hipócrita aristocracia vitoriana tinha da
realidade, subjugada que estava aos seus mesquinhos interesses pessoais e à
visão preconceituosa do mundo. Porém, o leitor ingênuo, hipnotizado pelo brilho
dos diálogos, parece estar diante de um defensor, e não de um crítico, dessas
vidas vazias.” (Oscar Wilde, dândi imortal);
“Quem escreveu uma obra polêmica, que
ocupa mais de quarenta volumes, pode sentir-se frustrado? Mas também é possível
que o significado de ter uma vida arruinada escape, em casos como esse, às
pessoas comuns, cujos assuntos que lhes ocupam a velhice são as doenças reais e
imaginárias e as peraltices dos netos. Aragon tem algo que ver com esse
estereótipo? Claro que não. Se não estivesse fazendo uma boutade, ele se queixava
provavelmente não de ter feito pouco, mas de não ter feito tudo o que desejava.
Jamais saberemos e isso pouco importa, mesmo porque falar de uma vida, a partir
do seu crepúsculo, seja o de um gênio ou do aposentado entorpecido pelo ócio,
só se justifica se esse momento dramático, que precede a chegada das trevas,
servir para o batido recurso do flash-back.” (Louis Aragon: cent
ans);
“No silêncio aprendemos a fazer
distinções. Os que fogem do silencio também fogem das distinções. Não querem
ver muito claro, preferem a confusão… A vida não deve ser olhada como uma
torrente ininterrupta de palavras, apenas silenciadas pela morte… Como é
patético ver que justamente aqueles que falam sem parar são os que nada têm a
dizer. A razão da sua loquacidade é uma só: a morte.” (Tomas
Merton, o apóstolo da compaixão).
(Fontes: Wikipedia; O Estado de São Paulo; Digestivo Cultural; Site da Revista Triplov de Artes e Ciências; Site da UniMünster)
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