“A
era da globalização distribuiu suas recompensas de forma desigual, para dizer o
mínimo. Nos Estados Unidos, a maior parte da renda nacional desde o final dos
anos 1970 foi para os 10% do topo, enquanto a metade inferior recebeu
praticamente nada. Em valor real, a renda média para homens em idade para
trabalhar, aproximadamente US$ 36 mil, é menos do que era há quatro décadas.
Hoje, o 1% mais rico dos estadunidenses ganha mais do que a metade inferior
somada. A arrogância meritocrática reflete a tendência de vencedores a respirar
fundo o sucesso, a esquecer a sorte e a sina dos que os ajudaram ao longo do
caminho. É convicção presunçosa de pessoas que chegam ao topo, de que elas merecem
esse destino, e que aqueles embaixo merecem o deles também. Esse comportamento é
o companheiro moral da politica tecnocrata.”
Michael Sandel, A tirania do mérito – O que aconteceu com o bem comum?
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