“Em
seu cerne, o fundamentalismo é uma reação a uma ameaça percebida à integridade
de sua própria tradição religiosa. Assim como o fundamentalismo está nas
religiões abraâmicas, também o encontramos em religiões asiáticas, como o
budismo e o hinduísmo.
De
um modo geral, os fundamentalistas, independentemente de sua filiação religiosa
específica, tendem a acreditar que o mundo contemporâneo está infestado de
imoralidade e valores ímpios, e que o papel do devoto é tentar trazer a
sociedade humana de volta para uma era de ouro em que o mundo funcionava de
acordo com os ditames de um Deus moral. Na busca dessa meta, em geral os
fundamentalistas acreditam fortemente que sua escritura contém a totalidade de
todas as verdades que devem ser conhecidas e que eles têm a responsabilidade de
defender as verdades dessa escritura do ataque de ideias pluralistas ou
seculares que, inevitavelmente, relativizam a verdade. Uma parte importante da
perspectiva do fundamentalismo é, portanto, defender a verdade literal da
escritura e manter o seu status
definitivo. Para os fundamentalistas, os mandamentos de Deus como eles entendem
terem sido revelados nas escrituras são absolutos, atemporais e não
negociáveis.” (Dalai Lama, págs. 199 e 200)
Dalai Lama (1935-) monge e chefe do budismo tibetano em Uma ponte entre as religiões
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