"A mente é o cérebro e o cérebro é um sistema físico fantasticamente complexo, mas ainda operando de acordo com leis da física - quântica ou de outra maneira. Todo estado de meu cérebro é estabelecido por fatos físicos. De fato é um estado físico." - Alex Rosenberg - O guia ateísta para a realidade
O Brasil possui aproximadamente 8.000 quilômetros
de praias, costões, enseadas e restingas, bastante propícios à atividade
pesqueira. Pelo menos era assim até a algumas décadas. Atualmente, o que se
percebe é que a quantidade de peixes vem diminuindo. A sobrepesca, ou seja, a
captura em excesso de peixes e outras espécies marinhas, tem se tornado prática
constante em nosso litoral e alto mar. Se, por um lado, existe pouco controle
sobre a atividade pesqueira costeira, a fiscalização da atividade em alto mar é
ainda menor. Não sabemos quantos barcos e de que nacionalidades estão pescando neste
momento em águas territoriais brasileiras, a 50 ou 100 quilômetros do
litoral. De acordo com relatório elaborado pela ong Greenpeace Brasil, cerca de
80% das espécies economicamente exploradas no país estão correndo risco devido
ao excesso de pesca.
O problema, todavia, não afeta só o Brasil. A quantidade de
pescado em todo o mundo vem caindo a cada ano. Segundo especialistas, cerca de 75% da população de peixes de todo o mundo está ameaçada devido à
sobrepesca, já que a exploração pesqueira é quatro vezes superior ao aceitável.
Apesar disso, a indústria pesqueira de todo o mundo continua a receber grandes
financiamentos dos governos, para compra de barcos e equipamentos. As frotas
pesqueiras estão cada vez melhor aparelhadas, dispondo de instrumentação
eletrônica capaz de localizar cardumes de peixes a dezenas de quilômetros de
distância.
No
Brasil, o que falta ao setor da pesca é o efetivo envolvimento do governo,
através do Ministério da Pesca e da Aqüicultura, propiciando informação e
capacitação aos profissionais, além de mostrar-lhes outras fontes de renda
possíveis nos períodos em que a atividade deve ser suspensa. O pescador, desde
que conscientizado, é um grande aliado na preservação do ambiente marinho, de
onde tira seu sustento.
Os temas da proteção aos oceanos e da sobrepesca foi pouco discutido durante a Rio+20. No entanto, como dizem os cientistas e as ongs envolvidas com o assunto, é preciso ampliar urgentemente as áreas de proteção nos oceanos. Em águas internacionais quase tudo é possível; a cada ano são milhares os containers com todo tipo de produto - tóxico ou não - jogados dos navios ao mar. O processo de acumulação deste lixo jogado ao oceano pode, além de outros impactos, provocar mudanças genéticas imprevisíveis nos peixes e outros organismos marinhos dos quais nos alimentamos.
(Imagens: fotografias de Lyonel Feininger)
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