As bactérias são os organismos vivos mais antigos, tendo surgido
há aproximadamente 3,8 bilhões de anos. Possuem a maior variedade de espécies e
maior quantidade de indivíduos sobre a Terra. Estes pequenos organismos, além
de serem causadores de moléstias como o tétano, a tuberculose, o tifo, a
pneumonia entre outras, também são o responsáveis pela fermentação da farinha,
do vinho, pela degradação de resíduos orgânicos, pelo processo de fixação de
carbono nos oceanos.
O estudo também descobriu que comparativamente o tipo de
bactéria que vive em plantas cultivadas é bem diferente daquelas que vivem em
vegetais das florestas. As bactérias associadas a plantas cultivadas são adaptadas
a viver em um ciclo de vida mais rápido e sob outras condições de solo,
temperatura, umidade e insolação. No entanto, como as bactérias variam de
acordo com a espécie de vegetal, uma área cultivada tem necessariamente menos
espécies de bactérias do que a floresta. Assim, em dez hectares cultivados com
cana-de-açúcar vivem 50 bactérias associadas à cultura; ao passo que na
floresta, onde vivem 200 espécies de vegetais por hectare, existem dez mil
espécies de bactérias.
Ainda restam muitas dúvidas sobre o papel das bactérias nos
ecossistemas da Mata Atlântica. Um das funções do microorganismo, segundo os
cientistas, é a fixação de nitrogênio, elemento essencial para o crescimento do
vegetal e não disponível no solo da floresta. Algumas destas bactérias também
possuem a capacidade de produzir substâncias antibióticas, o que talvez seja
uma explicação porque as árvores da floresta raramente ficam doentes, ao
contrário das plantas cultivadas.
Ainda há muito por pesquisar no rico bioma da Mata
Atlântica. Estudos como estes podem nos trazer novas respostas, úteis na
medicina, na agricultura, na biologia e em diversas outras áreas do
conhecimento humano. Por isso é importante conservar o que ainda resta da Mata
Atlântica, que correrá maior risco com a mudança do Código Florestal
Brasileiro.
(Imagens: fotografias de Erich Hartmann)
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