“Para
a classe média, o tema da moralidade, que lhe permite se ver como mais virtuosa
do que a elite e o povo, torna-se mais evidente em função da maior ou menor sensibilidade
à questão da corrupção restrita ao Estado. Agora há boas razões para se odiar e
desprezar o povo: afinal, é graças à suposta conivência deste que existem
líderes populistas corruptos e inescrupulosos. A preservação do abismo social
da desigualdade mais injusta pode ser agora moralizada e justificada.” (Souza,
p. 121-122)
Jessé
Souza, A classe média no espelho – Sua
história, seus sonhos e ilusões, sua realidade
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