Cassiano Ricardo (1895-1974)

domingo, 18 de setembro de 2022

 



Cassiano Ricardo Leite nasceu em São José dos Campos, São Paulo, no dia 26 de julho de 1895. Passou a infância na propriedade rural da família. Com 16 anos escreveu seus primeiros versos ainda na escola, no ginásio em Jacareí. Mudou-se para São Paulo e ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Publicou seu primeiro livro de poemas “Dentro da Noite” (1915). Em seguida, foi para o Rio de Janeiro onde conclui o curso de Direito.

Em 1917, ajustado ao rigor Parnasiano de Alberto de Oliveira, publica “A Flauta de Pã”. O poeta sempre soube assimilar a voga poética dominante e escreveu poemas seguindo os mais variados estilos. Entre os anos de 1920 e 1923, atuou como advogado em São Paulo e depois no Rio Grande do Sul. De volta a São Paulo, se integrou aos dissidentes do Movimento Modernista e aliou-se ao “Grupo Verde e Amarelo” quando produziu obras de entusiasmo ufanista, como “Borrões de Verde a Amarelo” (1925), “Vamos Caçar Papagaios” (1926), “Martim Cererê” (1928) e “Deixa Estar, Jacaré” (1931). Em todos esses livros o pitoresco visual de um Brasil primitivo e emblemático funciona como força-motivo sob a ótica nacionalista.

Em 1924, fundou a “Novíssima”, revista literária dedicada à causa dos modernistas e ao intercâmbio cultural pan-americano. Também foi o criador das revistas “Planalto” (1930) e “Invenção” (1962). Cassiano Ricardo abandonou a advocacia e entrou para o funcionalismo público quando sucessivamente ocupou diversos cargos. Em 1932 assume o cargo de secretário do interventor de São Paulo, Pedro Toledo. Nesse mesmo ano, foi preso por apoiar a Revolução Constitucionalista, e passou dois meses na prisão.

Em 1937 fundou, com Menotti del Picchia e Cândido Mota Filho, “A Bandeira”, movimento político que se contrapunha ao Integralismo. Dirigiu, àquele tempo, o jornal “O Anhanguera”, que defendia a ideologia da Bandeira, condensada na fórmula: “Por uma democracia social brasileira, contra as ideologias dissolventes e exóticas.”

No dia 9 de setembro de 1937 foi eleito para a cadeira nº 31 da Academia Brasileira de Letras. A partir de 1940 passou a dirigir o jornal “A Manhã”, quando criou o suplemento “Autores e Livros”. Publica o ensaio “Marcha Para o Oeste” (1940). Com ideias ultranacionalistas explora a figura do bandeirante. Em 1943, o pós-guerra passou a ser explorado e batizado pelo poeta como “um mundo de condições atômicas”, em que a máquina comanda a vida humana. Publica “O Sangue das Horas”.

Entre 1953 e 1955, Cassiano residiu na Europa, onde trabalhou como diretor do Escritório Comercial Brasileiro em Paris. Em 1960, a poesia de Cassiano Ricardo alia-se aos mais ousados vanguardistas. É dessa época: “A Montanha Russa” (1960), “Poesia Completa” (1960), “Jeremias Sem Chorar” (1964) e “Os Sobreviventes” (1971), com franca adesão ao Concretismo e à Poesia Praxis.

Cassiano Ricardo faleceu no Rio de Janeiro, no dia 14 de janeiro de 1974.

 

Frases de Cassiano Ricardo

 

O tempo é efêmero, no momento em que se nasce, já se começa a morrer, ser é apenas uma face do não ser.”;

A credulidade do português explica seu misticismo; a imaginação do espanhol explica seu amor ao fabuloso.”;

Na soma original de males e bens, o certo é que vencem estes. E até muitos males se transformam em grandes bens. Ponto é interpretá-los à luz de suas consequências, na criação do Brasil.”;

A esperança é também uma forma
De continuo adiamento.
”;

O Relógio

Diante de coisa tão doida
Conservemo-nos serenos
Cada minuto da vida
Nunca é mais, é sempre menos
Ser é apenas uma face
Do não ser, e não do ser
.";

"Desde o instante em que se nasce
Já se começa a morrer.
";

Não foram os anos que me envelheceram – longos, lentos, sem frutos. Foram alguns minutos...”

 

 

(Fontes consultadas: Site eBiografia, Academia Brasileira de Letras, Wikipedia, Site Pensador, livro Marcha para o Oeste Vol 2, Site Quem disse)

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