Cassiano Ricardo
Leite nasceu em São José dos Campos, São Paulo, no dia 26 de julho de 1895.
Passou a infância na propriedade rural da família. Com 16 anos escreveu seus
primeiros versos ainda na escola, no ginásio em Jacareí. Mudou-se para São
Paulo e ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco.
Publicou seu primeiro livro de poemas “Dentro da Noite” (1915). Em seguida, foi
para o Rio de Janeiro onde conclui o curso de Direito.
Em
1917, ajustado ao rigor Parnasiano de Alberto de Oliveira, publica “A Flauta de
Pã”. O poeta sempre soube assimilar a voga poética dominante e
escreveu poemas seguindo os mais variados estilos. Entre os anos de 1920 e
1923, atuou como advogado em São Paulo e depois no Rio Grande do Sul. De volta
a São Paulo, se integrou aos dissidentes do Movimento Modernista e aliou-se ao
“Grupo Verde e Amarelo” quando produziu obras de entusiasmo ufanista, como
“Borrões de Verde a Amarelo” (1925), “Vamos Caçar Papagaios” (1926), “Martim
Cererê” (1928) e “Deixa Estar, Jacaré” (1931). Em todos esses livros o
pitoresco visual de um Brasil primitivo e emblemático funciona como
força-motivo sob a ótica nacionalista.
Em
1924, fundou a “Novíssima”, revista literária dedicada à causa dos
modernistas e ao intercâmbio cultural pan-americano. Também foi o criador das
revistas “Planalto” (1930) e “Invenção” (1962). Cassiano
Ricardo abandonou a advocacia e entrou para o funcionalismo público
quando sucessivamente ocupou diversos cargos. Em 1932 assume o cargo de
secretário do interventor de São Paulo, Pedro Toledo. Nesse mesmo ano,
foi preso por apoiar a Revolução Constitucionalista,
e passou dois meses na prisão.
Em
1937 fundou, com Menotti del Picchia e Cândido Mota Filho, “A Bandeira”,
movimento político que se contrapunha ao Integralismo. Dirigiu, àquele tempo, o
jornal “O Anhanguera”, que defendia a ideologia da Bandeira, condensada na
fórmula: “Por uma democracia social brasileira, contra as ideologias
dissolventes e exóticas.”
No
dia 9 de setembro de 1937 foi eleito para a cadeira nº 31 da Academia
Brasileira de Letras. A partir de 1940 passou a dirigir o jornal “A
Manhã”, quando criou o suplemento “Autores e Livros”. Publica o ensaio
“Marcha Para o Oeste” (1940). Com ideias ultranacionalistas explora a figura do
bandeirante. Em 1943, o pós-guerra passou a ser explorado e batizado pelo poeta
como “um mundo de condições atômicas”, em que a máquina comanda a vida humana.
Publica “O Sangue das Horas”.
Entre
1953 e 1955, Cassiano residiu na Europa, onde trabalhou como diretor
do Escritório Comercial Brasileiro em Paris. Em 1960, a poesia de Cassiano
Ricardo alia-se aos mais ousados vanguardistas. É dessa época: “A Montanha
Russa” (1960), “Poesia Completa” (1960), “Jeremias Sem Chorar” (1964) e “Os
Sobreviventes” (1971), com franca adesão ao Concretismo e à Poesia Praxis.
Cassiano
Ricardo faleceu no Rio de Janeiro, no dia 14 de janeiro de 1974.
Frases de Cassiano Ricardo
“O
tempo é efêmero, no momento em que se nasce, já se começa a morrer, ser é
apenas uma face do não ser.”;
“A
credulidade do português explica seu misticismo; a imaginação do espanhol
explica seu amor ao fabuloso.”;
“Na
soma original de males e bens, o certo é que vencem estes. E até muitos males
se transformam em grandes bens. Ponto é interpretá-los à luz de suas
consequências, na criação do Brasil.”;
“A esperança é também uma
forma
De continuo adiamento.”;
“O Relógio
Diante de coisa tão doida
Conservemo-nos serenos
Cada minuto da vida
Nunca é mais, é sempre menos
Ser é apenas uma face
Do não ser, e não do ser.";
"Desde o instante em que se nasce
Já se começa a morrer.";
“Não foram os anos que me envelheceram – longos, lentos, sem frutos. Foram alguns minutos...”
(Fontes consultadas: Site eBiografia, Academia Brasileira de Letras, Wikipedia, Site Pensador, livro Marcha para o Oeste Vol 2, Site Quem disse)
0 comments:
Postar um comentário