“(...)
Em quarto lugar, as civilizações são mortais, porém duram muito tempo. Elas
evoluem, se adaptam e são as mais duradouras entre as associações humanas, ‘realidades
de uma extrema longue durée’. Sua ‘essência
única e particular’ é ‘a sua longa continuidade histórica. A civilização é, na
verdade, a história mais comprida de todas’. Os impérios ascendem e caem, os
governos vêm e vão, as civilizações perduram e ‘sobrevivem às convulsões
políticas, sociais, econômicas, e até mesmo ideológicas.’ Bozeman concluiu que
a história internacional documenta com acerto a tese de que os sistemas
políticos são expedientes transitórios na superfície da civilização e que no
destino de cada comunidade unificada linguística e moralmente depende, em
última análise, da sobrevivência de certas ideias fundamentais de estruturação,
em torno das quais gerações sucessivas se congregaram e que assim simbolizam a
continuidade da sociedade.” (Huntington, pág. 59)
Samuel P. Huntington, Choque de civilizações e a recomposição da
ordem mundial
0 comments:
Postar um comentário