Leituras diárias

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

 



“É assim que, no fins do século XIX, entrando pelo século XX, aparece a tese que assinala o contraste entre as duas faces do Brasil, os dois Brasis: o Brasil cosmopolita, do litoral, todo voltado para o exterior e receptivo às suas influências, e o Brasil autêntico, do interior, em que as velhas raízes conservariam sua pureza original. Este é, portanto, o Brasil verdadeiro. Euclides da Cunha, em seu livro capital, alinha essa tese: o Brasil autêntico de Canudos esmagado pelo Brasil ‘civilizado’ das áreas urbanas do litoral. Esse geografismo é uma forma de alienação reinante. Alienação a que não ficam imunes, assim, as figuras mais destacadas, as mais ilustres, as mais cultas.” (Werneck Sodré, pág. 51 e 52)

 

Nelson Werneck Sodré, Síntese de História da Cultura Brasileira


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