“É
assim que, no fins do século XIX, entrando pelo século XX, aparece a tese que
assinala o contraste entre as duas faces do Brasil, os dois Brasis: o Brasil
cosmopolita, do litoral, todo voltado para o exterior e receptivo às suas
influências, e o Brasil autêntico, do interior, em que as velhas raízes
conservariam sua pureza original. Este é, portanto, o Brasil verdadeiro.
Euclides da Cunha, em seu livro capital, alinha essa tese: o Brasil autêntico
de Canudos esmagado pelo Brasil ‘civilizado’ das áreas urbanas do litoral. Esse
geografismo é uma forma de alienação reinante. Alienação a que não ficam
imunes, assim, as figuras mais destacadas, as mais ilustres, as mais cultas.”
(Werneck Sodré, pág. 51 e 52)
Nelson Werneck Sodré, Síntese de História da Cultura Brasileira
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