“A
matéria da qual o Universo é feito pode ser eterna – e pode não ser –, mas nós certamente não somos. Pouco importa
que nós sejamos a matéria mais
refinada no Universo, talvez até a consciência do próprio Universo. Cada um de
nós é, na mesma medida, um candidato à extinção, tanto quanto cada trilobito e
cada dinossauro, ou tanto quanto os nossos antepassados e descendentes, Pouco importa
que sejamos gênios ou estúpidos, honrados ou depravados. Todos nós somos a
prole do nada. Pode ser doloroso admitir isso, diriam os sábios, mas a
temporalidade final é nosso destino comum: no que se refere ao indivíduo, a não
existência supera a existência. E talvez até o Cosmo inteiro. O abismo negro do
nada que precede nosso nascimento não é nem um pouco diferente, talvez, daquele
que precedeu o Big Bang.” (Eire, pág.
224)
Carlos
Eire, Uma breve história da eternidade
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