Luiz Carlos Maciel
nasceu em Porto Alegre em 1938. Em 1958 formou-se me filosofia pela Universidade
do Rio Grande do Sul. No ano seguinte, em 1959, trabalhou como diretor de
teatro. Neste mesmo ano ganhou uma bolsa de estudos para a Escola de Teatro da
Universidade da Bahia, onde fez amizade e passou a conviver com Torquato Neto,
João Ubaldo Ribeiro, Caetano Veloso e Gláuber Rocha. Este último o convidou
para atuar em seu curta-metragem “A Cruz na Praça”, finalizado nesse mesmo ano
de 1959.
No
ano de 1960, com bolsa de estudos da Fundação Rockefeller, estudou direção
teatral e realização de roteiros no Carnegie
Institute of Technology, em Pittsburgh, nos Estados Unidos da América,
onde permaneceu até 1962. Por volta do ano de 1963 retornou ao Brasil,
indo residir em Salvador, onde trabalhou como professor da Escola de Teatro. Na
época, dirigiu diversas montagens teatrais. No ano posterior, em 1964
transferiu-se para o Rio de Janeiro, passando a lecionar artes dramáticas no Conservatório
Dramático Nacional. Por essa época, começou a contribuir como colunista em
jornais como Última Hora e Jornal do Brasil, além de escrever para a revista
Fatos e Fotos, uma das mais importantes da década de 1960.
No
ano de 1969, ao lado de Sérgio Cabral, Ziraldo e Jaguar, entre outros, fundou o
jornal O Pasquim. Por essa época, passou a trabalhar na TV Globo como
roteirista, redator, membro de grupos de criação de programas e de analista e
orientador de roteiros, onde permaneceu por 20 anos.
No
ano de 1970, com outros jornalistas e integrantes da equipe do jornal O
Pasquim, foi preso pela ditadura militar da época, passando dois meses
encarcerado na Vila Militar, no Rio de Janeiro. Suas ideias sobre o underground
o tornaram mais conhecido como o “Guru da contracultura” nas décadas de 1960 e
1970, editando o semanário, porta-voz da contracultura Flor do Mal.
Foi
o editor-chefe responsável pela redação da revista Rolling Stones em sua versão
brasileira. A convite de Tarso de Castro, no ano de 1979, assinava matérias e
colunas no semanário “Enfim”. No ano posterior, em 1980, a convite do
jornalista Tarso de Castro, passou a escrever para a revista “Careta”. Em 1987
voltou a lecionar, principalmente cursos de roteiro.
Como
escritor, biógrafo e jornalista publicou os livros “Samuel Beckett e a solidão
humana”; “Sartre, vida e obra”; “Nova consciência”; “Negócio seguinte”; “A
morte organizada”; “Anos 1960”; “Geração em transe, memórias do tempo do
tropicalismo”; “As quatro estações”; “Negócio Seguinte” e em coautoria com
Patrícia Marcondes de Barros o volume “Sol da Liberdade”, e ainda “Dorinha
Duval, em busca da luz” (com Maria Luiza Ocampo), além de “Eles e Eu – Memórias
de Ronaldo Bôscoli”, em parceria com Ângela Chaves.
No
ano de 1984 fez a direção da peça “Flávia, cabeça, tronco e membros”, de Millôr
Fernandes. Neste mesmo ano dirigiu a cantora Gal Costa no show “Baby Gal”. Em
1991 dirigiu as peças “Brida”, de Paulo Coelho e “Boca molhada de paixão
calada”, de autoria de Leilah Assumpção. No ano de 1998 roterizou o
longa-metragem “Dolores”, trabalho premiado pelo Ministério da Cultura.
Maciel
morreu em 9 de dezembro de 2017, vítima de falência múltipla de órgãos.
Frases
de Luiz Carlos Maciel
“O deus da classe média, ao qual ela deve sua
existência, o fundamento metafísico do capitalismo, é o dinheiro. Nos dias que
vivemos, a grana experimenta sua promoção a uma espécie de Divindade Suprema,
glorificada em prosa, verso e uma enxurrada incessante de tratados de economia,
organizações econômicas e seus templos máximos que são os bancos.”;
“A maior tragédia da filosofia ocidental é
ter sobrado tão poucos textos dos pré socráticos.”;
“Política, naturalmente, é um teatro e deve
ser vista como um teatro.”;
“O instante vivido é sempre uma aventura
imprevisível.”;
“O simples é não pensar, não estar atrás de
explicações. Perguntar é querer explicações daí fica-se necessariamente
complicado.”;
“Acusar os outros de sacanagem pode ser uma
maneira de dissimular a própria sacanagem.”
(Fonte: Dicionário Cravo Albim da Música Popular Brasileira, site Mafuá do LHPA, o livro O Sol da Liberdade e Wikipedia)
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