Nelson Falcão Rodrigues nasceu no Recife, em
1912. Aos 5 anos, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, indo morar na
Rua Alegre, em Aldeia Campista, bairro que depois seria absorvido pelos
vizinhos Andaraí, Maracanã, Tijuca e Vila Isabel. Em contato com a imaginação
fértil do futuro escritor, a realidade da Zona Norte carioca, com suas tensões
morais e sociais, serviu como fonte de inspiração para Nelson construir
personagens memoráveis e histórias carregadas de lirismo trágico.
Assim,
quando tinha 14 anos, o autor começou a trabalhar com o pai e se tornou repórter
policial. No entanto, em 1929, Mário não pôde manter o jornal e fundou outro,
chamado Crítica. Nesse ano, a tragédia se abateu sobre a família. O irmão do
jornalista — Roberto Rodrigues (1906-1929) — foi assassinado pela escritora
Sylvia Seraphim (1902-1936), por causa de uma reportagem sobre seu suposto
adultério. Esse acontecimento acabou levando Mário Rodrigues a se entregar ao
alcoolismo e logo falecer, em 1930. Além disso, meses depois, o jornal foi
fechado pelo governo de Getúlio Vargas. Nos próximos anos, a família
enfrentaria grande dificuldade financeira, além de Nelson Rodrigues ser
acometido pela tuberculose e perder um irmão para a doença, em 1936.
Nesse
mesmo ano, o escritor começou a escrever sobre futebol para o Jornal dos
Sports. Em 1940, casou-se com Elza Bretanha, com quem viveu até 1963, quando se
separou para morar com Lúcia Cruz Lima durante os próximos oito anos. Já em
1941, sua primeira peça teatral — A mulher sem pecado — foi encenada. Contudo,
o reconhecimento chegou só dois anos depois, quando estreou sua peça “Vestido
de noiva”. Em 1944, Nelson Rodrigues, que também era romancista, assinou o
livro “Meu destino é pecar” com seu pseudônimo Suzana Flag, que seria usado em
outras duas obras. Assim, sempre tratando de temas polêmicos, o autor, em 1946,
teve sua peça “Álbum de família” censurada, devido à temática do incesto.
Paralelamente à sua carreira de dramaturgo, ele também escrevia para periódicos, como Última Hora, Correio da Manhã, Jornal do Brasil e O Globo. Mais tarde, trabalhou na televisão, além de fazer uma participação como ator, em 1957, em sua peça “Perdoa-me por me traíres”. O autor, que faleceu em 21 de dezembro de 1980, no Rio de Janeiro, apesar de apoiar o regime militar, teve seu romance O casamento censurado em 1966. Em 1972, seu filho, Nelson Rodrigues Filho, foi preso e torturado, devido a envolvimento na luta armada contra a ditadura.
Dentre
as principais obras de Nelson Rodrigues estão: “A mulher sem pecado”, “Vestido
de noiva”, “Valsa nº 6”, “Viúva porém honesta”, “Álbum de família”, “Anjo negro”,
“Senhora dos Afogados”, “A falecida”, “Boca de ouro”, “Beijo no asfalto”, entre
outras.
Frases
de Nelson Rodrigues
“Sou
um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci
menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha
ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico (desde menino).”;
“O
adulto não existe. O homem é um menino perene.”;
“Só
o inimigo não trai nunca.”;
“Invejo
a burrice, porque é eterna.”;
“O
dinheiro compra até amor verdadeiro.”;
“No
Brasil, quem não é canalha na véspera é canalha no dia seguinte.”
(Fonte do texto: Wikipedia, Brasil Memória das Artes, brasilEscola, Pensador e outros)
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