Humberto de Campos (1886-1934)

domingo, 25 de dezembro de 2022

 



Humberto de Campos Veras (Miritiba25 de outubro de 1886 — Rio de Janeiro5 de dezembro de 1934) foi um jornalistapolítico e escritor brasileiro.

De origem humilde, era filho de Joaquim Gomes de Farias Veras e Ana de Campos Veras. Nasceu no então município maranhense de Miritiba (hoje batizado com o seu nome). Com a morte do pai, aos seis anos, mudou-se para São Luís, onde começou a trabalhar no comércio local para auxiliar na subsistência da família. Aos dezessete muda-se, novamente, para o Pará, onde começa a exercer atividade jornalística na “Folha do Norte” e n' “A Província do Pará”.

Em 1910, quando contava 24 anos, publica seu primeiro livro de versos, intitulado Poeira (1.ª série), que lhe dá razoável reconhecimento. Dois anos depois, muda-se para o Rio de Janeiro, onde prossegue sua carreira jornalística e passa a ganhar destaque no meio literário da Capital Federal, angariando a amizade de escritores como Coelho NetoEmílio de Menezes e Olavo Bilac. Começa a trabalhar no jornal "O Imparcial", ao lado de figuras ilustres como Rui BarbosaJosé VeríssimoVicente de Carvalho e João Ribeiro. Torna-se cada vez mais conhecido em âmbito nacional por suas crônicas, publicadas em diversos jornais do Rio de Janeiro, São Paulo e outras capitais brasileiras, inclusive sob o pseudônimo "Conselheiro XX".

Em 1919 ingressa na Academia Brasileira de Letras, sucedendo Emílio de Menezes na cadeira n.º 20. Um ano depois ingressa na política, elegendo-se deputado federal pelo seu Estado natal, tendo seus mandatos sucessivamente renovados até a eclosão da Revolução de 1930, quando é cassado. Após passar por um período de dificuldades financeiras, é nomeado, graças à admiração que lhe votavam figuras de destaque do Governo Provisório, Inspetor de Ensino no Rio de Janeiro e, posteriormente, diretor da Fundação Casa de Rui Barbosa.

Em 1933, com a saúde já debilitada, Humberto de Campos publicou suas Memórias (1886-1900), na qual descreve suas lembranças dos tempos da infância e juventude. A obra obteve imediato sucesso de público e de crítica, sendo objeto de sucessivas edições nas décadas seguintes. Uma segunda parte da obra estava sendo escrita por Humberto de Campos quando de seu falecimento, vindo à lume postumamente sob o título de Memórias Inacabadas.

Após vários anos de enfermidade, que lhe provocou a perda quase total da visão e graves problemas no sistema urinário, Humberto de Campos faleceu no Rio de Janeiro, em 5 de dezembro de 1934, aos 48 anos, por uma síncope ocorrida durante uma cirurgia. Deixou viúva, D. Catarina Vergolina de Campos e três filhos, Henrique, Humberto (que depois tornou-se profissional de televisão) e Maria de Lourdes.

Autodidata, grande leitor, acumulou erudição, que utilizava nas crônicas. Poeta neoparnasiano, fez parte do grupo da fase de transição anterior a 1922. Poeira é um dos últimos livros da escola parnasiana no Brasil.  Além de Poeira, publicou, Da seara de Booz - crônicas – 1918; Vale de Josaphat - contos – 1918; Tonel de Diógenes - contos – 1920; A serpente de bronze - contos – 1921 Mealheiro de Agripa – 1921; Carvalhos e roseiras - crítica – 1923; A bacia de Pilatos - contos – 1924; Pombos de Maomé - contos – 1925; Antologia dos humoristas galantes – 1926; Grãos de mostarda - contos – 1926; Alcova e salão - contos – 1927; O Brasil anedótico - anedotas – 1927; Antologia da Academia Brasileira de Letras - participação – 1928; O monstro e outros contos – 1932; Memórias 1886-1900 – 1933; Crítica (4 séries) - 1933, 1935, 1936; Os países – 1933; Poesias completas - reedição poética – 1933; Fatos e feitos – 1949; Diário secreto (2 vols.) - memórias – 1954, entre outros.

 

Frases de Humberto Campos

 

“Na infância o que se ouve ou que se vê não sobe para o cérebro. Desce para o coração ou fica escondido.”;

“A natureza é sábia e justa. O vento sacode as árvores, move os galhos, para que todas as folhas tenham o seu momento de ver o sol.”;

“Prefira afrontar o mundo servindo à sua consciência, a afrontar sua consciência para ser agradável ao mundo!”;

“O coração do homem de luta é como o cardo do deserto, que desafia o sol durante o dia, mas pede o orvalho durante a noite.”;

“Agradar a todos é marchar pelo caminho largo, onde estão as mentiras da convenção.”;

“Servir a Deus é tarefa que deve estar acima de tudo e, por vezes, nesse serviço divino, é natural que desagrademos aos mesquinhos interesses humanos.”.

 

 

(Fontes consultadas: Wikipedia, Academia Brasileira de Letras, Pensador)

0 comments:

Postar um comentário