José Lino Grünewald (1931-2000)

domingo, 4 de dezembro de 2022

 



José Lino Fabião Grünewald (Rio de Janeiro13 de fevereiro de 1931 - 26 de julho de 2000) foi um poetatradutorcrítico de cinemamúsica popular brasileira e literatura, e jornalista brasileiro. Desde a adolescência frequentava as salas de cinema com um olhar crítico, pois anotava a ficha técnica de todos os filmes que via. Na mesma época, encontrou uma antiga coleção de discos de Carlos Gardel, deixada pelos antigos proprietários de sua casa. Começou então sua grande paixão pela música e particularmente pelo cantor e compositor Gardel (chegou a possuir uma das maiores coleções deste artista no país, com mais de 700 gravações). Bacharelou-se em Direito pela Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1953.

Começa a atuar na imprensa carioca em 1956, por intermédio do poeta Mário Faustino, destacando-se na crítica literária e, principalmente, de cinema, sendo esta última embasada por conceitos filosóficos. Nas décadas seguintes, escreveu para o Jornal do BrasilCorreio da ManhãO GloboTribuna da ImprensaÚltima HoraO Estado de S. PauloJornal da Tarde Folha de São Paulo até o ano de 1993.

Em 1957 tornou-se o último dos cinco membros do grupo Noigandres, fazendo parte da edição Noigandres 5, em 1962. Foi também um dos editores da revista Invenção, outra mídia porta-voz da poesia e da música de vanguarda, desde o seu segundo número, em 1963, até o último, em 1966. Grünewald já participava, anteriormente, da equipe editora da página homônima Invenção, no jornal Correio Paulistano, em 1960.

Em 1969, organizou e traduziu “A Ideia do Cinema”, com ensaios de Walter BenjaminEisensteinGodardAlain Resnais e Merleau-Ponty. Como crítico de cinema, foi dos primeiros a valorizar a obra dos cineastas Ingmar Bergman e Stanley Kubrick no Brasil.

Nas décadas de 1980 e 1990 traduziu inúmeras obras, entre elas “Os Cantos”, de Ezra Pound e Grandes Poetas da Língua Inglesa do Século XIX, pelas quais recebeu prêmios Jabuti de Tradução de Obra Literária em 1987 e 1989.

Em 1990 recebeu da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), o Prêmio de Tradução pelo livro Poemas de Mallarmé. Também fez parte do Conselho Superior de MPB, do Museu da Imagem e do Som, e do Conselho Superior de Cinema. Foi casado com Ecila de Azeredo Grünewald e morreu aos 69 anos na cidade do Rio de Janeiro 

Considerado um dos grandes esquecidos da história da poesia, autor de uma obra que permanece como uma das mais expressivas e criativas do pós-modernismo, incluindo o concretismo, Grünewald foi um poeta eclético, vazado no lirismo, utilizando-se de invenções poéticas de Stéphane Mallarmé e de Ezra Pound, avançando na utilização não tradicional do branco da página.

“Um e dois”, de 1958, cujos poemas mais antigos foram escritos em 1956, representa, em sua primeira parte, a fase pré concreta do poeta. Na sua segunda parte comparece o poeta concreto. Grünewald se manterá fiel a proposta do concretismo por quatro décadas, sendo considerado pelo seu amigo e cunhado Augusto de Campos um concretista mais ortodoxo até do que os outros participantes do grupo Noigandres. Em “Escreviver” de 1983, Grünewald incorpora na íntegra o seu livro de estreia e reapresenta as suas faces concreta e pré concreta repetindo a mesma estrutura bivalente.

Dentre as obras de José Lino Grünewald, estão:

Traduções publicadas: “A Ideia do Cinema”. (Trad. e org.). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969; “Ensaios de Walter Benjamin, Eisenstein, Godard, Merleau-Ponty, Horkheimer, Adorno, Habermas”. (Trad. e org.) São Paulo: Abril Cultural. Textos escolhidos. Coleção Os Pensadores; “Grandes Poetas da Língua Inglesa do Século XIX”. (Trad. e org.) Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988; “Mallarmé, Stéphane. Igitur ou A loucura de Elbehnon”. Rio Janeiro: Nova Fronteira, 1985. Ed. bilíngue.; “Mallarmé, Stéphane”. Poemas. (Trad. e org.). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990. Ed. Bilíngue; “Merleau-Ponty, Maurice. O cinema e a nova psicologia”. In: Xavier, Ismail. (Org.) A Experiência do Cinema. Rio de Janeiro: Graal, 1991; “Poetas Franceses do Século XIX”. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991; “Pound, Ezra. Cantos”. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.

Obra própria: “Um e dois”. 1958; “Escreviver”. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987; “Carlos Gardel, lunfardo e tango”. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994; “Um Filme é um Filme: o Cinema de Vanguarda dos Anos 60”. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. Ruy Castro (org.); “O Grau Zero do Escreviver”. São Paulo: Perspectiva, 2002. (Coletânea de uma parte relativamente pequena dos trabalhos literários do autor, organizada por José Guilherme Corrêa).

Antologias organizadas: “Grandes sonetos da nossa língua” Organização de José Lino Grünewald. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988; “Bocage. Poemas” Organização de José Lino Grünewald. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988; “Camões, Luís de. Líricas” Organização de José Lino Grünewald. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; “Os Poetas da Inconfidência” Organização de José Lino Grünewald. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989; “Quental, Antero de. Antologia” Organização de José Lino Grünewald. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991; “Pedras de Toque da Poesia Brasileira” Organização de José Lino Grünewald. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996; “Escreviver” São Paulo: Perspectiva, 2008; José Guilherme Correa (org. e prefácio) Augusto de Campos (contracapa) “Grandes Poetas da Língua Inglesa do Século XIX” (Editora Nova Fronteira, RJ, 1988); “Os Poetas da Inconfidência” (Ed. Nova Fronteira, RJ, 1989); Vertentes do Cinema Moderno (Ed. Pontes, 2003); “Um Filme É Um Filme” (Ed. Companhia das Letras, 2001).

 

Frases (poemas) de José Lino Grünewald

 

 


 

 


 

 


 

 


 

 

 

 

(Fontes: Wikipedia, Dicionário Cravo Albim da Musica Popular Brasileira, UBUWEG: Historical)


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