Leituras diárias

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

 



“Tal como preconizado pelo jovem Jean - Paul Sartre, o existencialismo era a ideia de que os seres humanos não possuem uma natureza, mas, apenas histórias que eles criam para si mesmos. Os românticos queriam que cada vida humana fosse uma obra de arte, criada — como as melhores obras de arte, segundo acreditavam — a partir de nada. Mas, se os humanos foram, como os outros seres vivos, gerados aleatoriamente pela evolução, como poderiam criar suas próprias naturezas? É verdade que o animal humano configura uma natureza artificial para si mesmo. Isso é parte do que Pascal quer dizer quando escreve: “O hábito é uma segunda natureza que destrói a primeira. Mas o que é a natureza? Por que o hábito não seria natural? Temo seriamente que a própria natureza seja apenas um primeiro hábito, assim como o hábito é uma segunda natureza.” (Gray, págs. 117 e 118)

 

John Gray, Filosofia Felina

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