“Tal
como preconizado pelo jovem Jean - Paul Sartre, o existencialismo era a ideia
de que os seres humanos não possuem uma natureza, mas, apenas histórias que
eles criam para si mesmos. Os românticos queriam que cada vida humana fosse uma
obra de arte, criada — como as melhores obras de arte, segundo acreditavam — a partir
de nada. Mas, se os humanos foram, como os outros seres vivos, gerados
aleatoriamente pela evolução, como poderiam criar suas próprias naturezas? É
verdade que o animal humano configura uma natureza artificial para si mesmo.
Isso é parte do que Pascal quer dizer quando escreve: “O hábito é uma segunda
natureza que destrói a primeira. Mas o que é a natureza? Por que o hábito não
seria natural? Temo seriamente que a própria natureza seja apenas um primeiro
hábito, assim como o hábito é uma segunda natureza.” (Gray, págs. 117 e 118)
John Gray, Filosofia Felina
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