Joaquim Inojosa de
Andrade nasceu em São Vivente Férrer (PE) em 27 de março de 1901. Faleceu na
cidade de Rio de Janeiro (RJ) em 1987.
Joaquim
Inojosa nasceu na Zona da Mata pernambucana, na então vila de São Vicente,
atualmente o município de São Vicente Férrer. Era filho de João Inojosa de
Albuquerque Andrade Lima, pernambucano, e de Ninfa Pessoa de Albuquerque
Vasconcelos, paraibana de Umbuzeiro. Iniciou os primeiros estudos em sua vila
natal, em Timbaúba e em Recife e finalizou o curso secundário no Lyceu
Paraibano, em 1918. Em 1919 ingressa na Faculdade de Direito do Recife,
formando-se em 1923. Em 1920, publica na Paraíba seu primeiro livro, Tentames.
Em
1922, como secretário da embaixada dos estudantes do 1º Congresso Internacional
de Estudantes nas Festas do Centenário da Independência, viaja ao Rio de
Janeiro. Aproveita a viagem para conhecer São Paulo e, visitando a sede
do jornal “Correio Paulistano”, trava conhecimento com Menotti del Picchia
e Oswald de Andrade, então líderes do movimento modernista, que havia ocorrido
na capital paulista há alguns meses. Conhece parte dos intelectuais envolvidos
na Semana de Arte Moderna, retornando a Recife levando edições da revista
Klaxon e vários exemplares das publicações de Oswald e Mário de Andrade.
De
volta a Pernambuco, atua como advogado e torna-se entusiasmado divulgador do
modernismo paulista, editando entre 1923 e 1924 uma revista chamada “Mauricéia” (em
referência à revista “Paulicéia Desvairada”, de Mário de Andrade). Também
publica um pequeno livro intitulado A
Arte Moderna, convidando os colegas paraibanos da revista “Era Nova” a
se juntarem ao movimento modernista. A publicação repercutiu na imprensa
local e dividiu opiniões entre os que endossavam as ideias modernistas e os que
defendiam uma literatura regionalista. Humberto Hermenegildo de Araújo,
professor da UFRN, considera que o interesse pelo modernismo “paulista” no
Nordeste oscilou entre a posição de Inojosa (que pressupunha, como o movimento
modernista, a ruptura com o passado e o abandono das formas tradicionais), e de
Gilberto Freyre, que não concordava com as ideias vindas de São Paulo. O
sociólogo afirmava que as novidades vindas de São Paulo eram notícia velha, já que
ele próprio conhecera o “primitivismo” nos Estados Unidos, dez anos antes. O
grupo modernista-regionalista de Recife, liderado por Gilberto Freyre, em seu “Manifesto
regionalista” (1926), defendia a renovação das artes por meio da valorização
das tradições nordestinas.
Inojosa,
além de sua atividade literária e advocatícia envolve-se com as atividades que levam
à criação do Território de Princesa (região entre a Paraíba e Pernambuco),
sendo obrigado a abandonar sua terra após a Revolução de 1930. Depois
disso, em dezembro de 1930, transfere-se definitivamente para o Rio de
Janeiro, passando a se dedicar prioritariamente à advocacia e ao jornalismo,
atuando como diretor do jornal “Meio Dia” entre 1939 e 1942. O jornal teve uma
atitude simpática em relação ao regime da Alemanha durante parte da 2ª Guerra
Mundial, todavia mudando sua linha editorial a partir do momento em que se
configurava a vitória das forças aliadas. Perdendo grande número de leitores, a
publicação encerrou atividades logo em seguida.
Inojosa continuou atuando na área do direito, do jornalismo e da crítica literária, vindo a falecer em 21 de janeiro de 1987.
Principais
obras de Joaquim Inojosa: Tentames,
contos (1920); A Arte Moderna,
plaquete (1924); O Brasil Brasileiro,
conferência (1925); República
Socialista, conferência (1933); Episódios
- Campanha política de 1937 (1955); Diário de um turista apressado (1959); Diário de um estudante - (1920-1921) (1960); Crônicas de outros tempos (1963); Crítica e Polêmica (1963); Discursos e Conferências (1963); O Movimento Modernista em Pernambuco, 4
volumes (1968/1969/1984); No Pomar
Vizinho (1969); Um movimento
imaginário (1972); Carro
Alegórico (1973); Os Andrades e
outros aspectos do Modernismo (1975); A Arte Moderna - O Brasil Brasileiro, edição cinquentenária (1977);
Pá de Cal (1978); 60 Anos de Jornalismo (1917/1977) (1978);
70 Atas Sabadoyleanas (1980); José Américo de Almeida - Algumas cartas (1980);
República de Princesa (José Pereira X
João Pessoa - 1930) (1980); Sursum
Corda (1981); A Tragédia da Rosa
dos Alkmins, crônicas (1984).
Frases
de Joaquim Inojosa
“É o que aconselha a geração atual, senhores. É o que defendem os modernistas: eles veem que periga, ante a invasão estrangeira, o espírito de brasilidade: lembram que, ao desencadear-se a guerra europeia, o Brasil teve que procurar nas suas fontes de riqueza o necessário para substituir às grandes crises advindas. E clamam pela libertação do Brasil, por sua formação.”;
“Vamos, senhores e senhoras, homens e
mulheres, que me ouvis, vamos preparar a nossa pátria. Cabe à mocidade esta
missão. Somente os moços têm audácia para esse surto de patriotismo e fé. Sigamos
todos à oficina para trabalhar pelo Brasil brasileiro. Vamos vestir o Brasil,
para que, no baile do futuro, ele seja o mais inteligente e o mais jovem, o
mais forte e o mais elegante, consciente da sua força e dominador pelo seu
espírito de cultura e de originalidade. Somente assim teremos preparado a nossa
pátria.”;
“Se não lutar não venceremos. A luta é
condição essencial da vitória na vida. Duas forças, sobretudo, requer: energia
e força de vontade. Pela força de vontade, caminha-se; pela energia de vontade
levanta-se a cabeça; pela energia, impõe-se o que ela pensa. A felicidade,
nesse caso, é sempre o que se procura.”.
(Fontes pesquisadas: Wikipedia; O Globo Cultura; Texto “Joaquim Inojosa e a divulgação do Modernismo na Argentina: Cartas de Bráulio Sánchez-Sáez e Luis Emilio Soto (1925)” de Giuseppe Roncalli Ponce Leon de Oliveira, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) publicado em Estudos Universitários – Revista de Cultura; Texto “Joaquim Inojosa: ousadia, energia e amizades na construção do campo intelectual na cidade dos anos 1920” de Natália Conceição da Silva Barros)
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