Em época de eleições municipais todos os partidos e
candidatos aparecem com novas idéias – geralmente antigas propostas com novas
roupagens. Todavia, o que nenhum candidato apresenta é um programa completo,
que trate das necessidades de uma forma coordenada; um programa com começo,
meio e fim. São soluções pontuais para alguns problemas específicos, sem encadeamento,
sem abranger a cidade em todos os seus aspectos.
A Rede Nossa São Paulo, a Rede Brasileira por Cidades Justas
e Sustentáveis e o Instituto Ethos, são ONGs que trazem uma importante
contribuição para as próximas eleições, tanto para os candidatos quanto para os
eleitores. Acabam de divulgar as “Metas de Sustentabilidade para os Municípios
Brasileiros”, (http://www.cidadessustentaveis.org.br/downloads/publicacoes/publicacao-metas-de-sustentabilidade-municipios-brasileiros.pdf),
um documento elaborado tendo em vista o desenvolvimento urbano baseado em uma
ótica socioambiental. Única no mundo, a proposta apresenta uma série de
sugestões em várias áreas, contendo programas e exemplos práticos. De uma maneira
bastante resumida, apresentamos abaixo os principais itens tratados pelo
documento:
a) Governança, visando fomentar a participação dos cidadãos
de uma maneira inclusiva nas diversas decisões político-orçamentários do
município;
b) Proteger os bens naturais, preservando áreas e utilizando
insumos como água e energia de maneira mais eficiente;
d) Gestão local para a sustentabilidade, apoiando a
implantação da Agenda 21 e de diversas ações de sustentabilidade;
e) Planejamento e desenho urbano valorizado na abordagem de
questões econômicas, sociais, culturais e de saúde;
g) Educação para sustentabilidade e qualidade de vida,
promovendo oportunidades de educação para todas as camadas da população, para
que se transformem em protagonistas do desenvolvimento sustentável do município;
h) Economia local dinâmica e sustentável, visando estimular
a produção e o emprego local, desenvolver princípios de sustentabilidade nas
empresas e no turismo;
i) Consumo responsável e opções de estilo de vida,
produzindo de maneira ambientalmente correta, utilizando os recursos com
eficiência e promovendo a reciclagem com inclusão social de catadores e
recicladores;
j) Melhor mobilidade, menos tráfego, reduzindo o transporte
individual, melhorando o transporte público e adotando o alternativo, como
bicicletas e veículos menos poluentes;
k) Ação local para a saúde, promovendo informações sobre
vida mais saudável, investindo na saúde pública com gestão participativa;
l) Do local para o global, assumindo responsabilidades
globais pela paz, justiça social e proteção ao ambiente.
Os candidatos ao legislativo e ao executivo nas próximas
eleições municipais têm obrigação de pelo menos ler este importante documento.
As sugestões aí apresentadas poderão ajudar muito as futuras administrações.
Nós, eleitores, devemos conhecer as propostas para fiscalizar e cobrar nossos
candidatos.
(Imagens: fotografias de Markus Hartel)
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