"A agressão física faz parte do ser humano. Apenas quando as pessoas alcançam certo padrão econômico, educacional e cultural é que esse traço é sufocado. À luz do fato de que 95 por cento do crescimento populacional da terra se dará nas áreas mais pobres do globo, a questão não é se vai haver guerra (haverá muitas), mas de que tipo." - Robert D. Kaplan - À beira da anarquia
Tema pouco tratado nos últimos anos
pela imprensa - mesmo pela mídia especializada - a questão dos Objetivos do
Milênio volta a ocupar espaço nos debates. As metas, estabelecidas pelos
países membros da ONU em 2000, reune um conjunto de propostas, que deveriam
ser cumpridas pelos países até o ano de 2015. Os oito principais objetivos são:
Objetivo 1 – Erradicar a pobreza extrema e a
fome
·
Diminuir em 50% entre, 1990 e 2015, o
número de pessoas com renda inferior a 1US$ ao dia;
·
Reduzir pela metade, entre 1990 e 2015
a proporção de pessoas que passam fome;
Objetivo 2 – Universalização da educação
primária
·
Assegurar que até 2015 todas as
crianças, meninos e meninas, tenham condições de completar a educação primária;
Objetivo 3 – Promover igualdade entre os sexos e
valorização da mulher
·
Eliminar a disparidade entre os sexos
na educação primária e secundária, preferencialmente até 2005 e em todos os
níveis de educação até 2015;
Objetivo 4 – Reduzir a mortalidade infantil
·
Reduzir entre 1990 e 2015 em dois
terços a taxa de mortalidade infantil entre crianças com menos de cinco anos;
Objetivo 5 – Melhorar a saúde das gestantes
·
Reduzir em três quartos a taxa de
mortalidade materna entre 1990 e 2015;
Objetivo 6 – Combater a AIDs, a malária e outras
doenças
·
Parar e gradualmente reduzir a taxa de
contaminação com AIDs até 2015;
·
Parar até 2015 e reverter a taxa de
propagação da malária e outras doenças importantes;
·
Integrar os princípios do
desenvolvimento sustentável às políticas dos países e reverter a perda de
recursos naturais;
·
Reduzir pela metade até 2015 a
proporção de pessoas sem acesso à água e ao saneamento;
·
Alcançar até 2015 melhoria significante
na vida de pelo menos 100 milhões de moradores de favelas;
Objetivo 8 – Desenvolver parcerias globais para
o desenvolvimento
·
Desenvolver sistemas de comércio e
financiamento claros, previsíveis, regulados e não discriminatórios (incluindo
comprometimento com boa governança, desenvolvimento e redução da pobreza –
nacional e internacionalmente);
·
Contemplar as necessidades dos países
menos desenvolvidos (exportação livre de cotas e tarifas, redução de débitos);
·
Contemplar as necessidades especiais de
países sem acesso ao oceano e ilhas-estado em desenvolvimento;
·
Atuar de maneira compreensiva com os
débitos dos países em desenvolvimento;
·
Em cooperação com países em
desenvolvimento implementar estratégias visando proporcionar trabalho decente e
criativo para jovens;
·
Em cooperação com indústrias
farmacêuticas proporcionar acesso a medicamentos essenciais;
·
Em cooperação com empresas privadas,
tornar acessível a todos os benefícios das novas tecnologias, especialmente
informática e telecomunicações.
Grande parte dos objetivos, já sabemos
de antemão, não será cumprida. A crise da economia mundial que se arrasta desde
2008, afetando principalmente os países pobres e em desenvolvimento -
considerados os principais alvos das metas - não deve diminuir durante os
próximos anos. Mesmo os países ricos, como os Estados Unidos e diversos países
europeus, estão vendo seus indicadores sociais piorarem.
O Brasil apresentou vários avanços,
seja em relação à distribuição de renda, quanto ao combate de doenças
endêmicas. Mesmo assim, ainda existe muita pobreza, falta de saneamento, a
educação ainda vai mal das pernas, o número de assassinatos sem solução aumenta
assustadoramente, entre algumas mazelas.
(Imagens: fotografias de Ara Güler)
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