A Escola de Frankfurt surgiu como um anexo à
universidade de Frankfurt ainda em 1923. O clima político na Alemanha da época
não era dos melhores. A República de Weimar, fundada depois da queda do
imperador Guilherme II em 1919, com a derrota da Alemanha na 1ª Guerra Mundial,
já nasceu conturbada. Dívidas externas, desemprego, rivalidades entre diversas
correntes políticas, greves, tudo isso assolava a nação alemã. Como se não
bastasse, houve uma tentativa de um golpe político, dado em 1922 por um obscuro
líder político de grupos direitistas, chamado Adolf Hitler. Nesse ambiente
deram-se as primeiras produções intelectuais da Escola de Frankfurt.
Em 1930, Max Horkheimer assume a diretoria da
instituição e escolhe alguns intelectuais para fazerem parte da agremiação. O
ambiente social e político da Alemanha não havia melhorado muito, ao contrário.
Foi no início dos anos 1930 que a Alemanha começava a sentir os fortes efeitos
da crise da Bolsa de Nova York (1929). As rivalidades políticas aumentam; de um
lado socialistas, comunistas e social-democratas e de outros grupos direitistas
de diversos graus de radicalismo. Os liberais perdem gradativamente a força,
enquanto aumentava o desemprego, a miséria e a falta de perspectivas.
Em 1933 o partido nacional-socialista tem maioria no
Parlamento e consegue guindar Adolf Hitler para o cargo de Chanceler. Começa
então um período de crescente autoritarismo e antissemitismo. A Escola de
Frankfurt, que sempre teve uma visão crítica, influenciada pelo marxismo
(neomarxismo) não tem mais função nessa sociedade. Ainda mais, porque a maioria
de seus integrantes era de origem judaica. Este o contexto de totalitarismo
político no qual nasceu a Escola de Frankfurt.
No entanto, o fato de ter nascido em um ambiente político e social como este, diferente do atual, em nada invalida as teorias críticas elaboradas por esta escola de pensamento. Em muitos aspectos, ainda vivemos em um ambiente sócio-cultural semelhante àquele da Alemanha da década de 1930, principalmente no que se refere à valorização da racionalidade, associada à produção industrial e a uma suposta visão objetiva do mundo. Igualmente, nossa sociedade capitalista pós-industrial sustenta cada vez uma idéia de racionalidade, principalmente através de seus frutos diretos; a ciência e a tecnologia – que por sua vez servem à economia.
No entanto, o fato de ter nascido em um ambiente político e social como este, diferente do atual, em nada invalida as teorias críticas elaboradas por esta escola de pensamento. Em muitos aspectos, ainda vivemos em um ambiente sócio-cultural semelhante àquele da Alemanha da década de 1930, principalmente no que se refere à valorização da racionalidade, associada à produção industrial e a uma suposta visão objetiva do mundo. Igualmente, nossa sociedade capitalista pós-industrial sustenta cada vez uma idéia de racionalidade, principalmente através de seus frutos diretos; a ciência e a tecnologia – que por sua vez servem à economia.
Outro aspecto é que indústria cultural, identificada e
analisada pelos pensadores da Escola de Frankfurt, está muito mais entranhada
na própria estratégia de desenvolvimento do capitalismo. Atualmente, muito mais
do que na Alemanha nazista e no capitalismo de 1930, a indústria cultural
está associada com a produção cultural, de uma maneira quase inseparável.
(Imagens: fotografias de Christophe Lecoq)
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