"Os governantes, numa palavra, são aqueles que têm a faculdade, em grau mais ou menos elevado, de se servir da força social - seja ela a força física, intelectual e econômica de todos - para obrigar todo o mundo a fazer o que eles próprios, os governantes, querem." - Errico Malatesta - A Anarquia
Com relação às emissões de gases que provocam o aquecimento global da atmosfera, e como consequência as mudanças climáticas, algumas cidades brasileiras já passaram a assumir compromissos de reduzirem seu impacto; caso de São Paulo e Rio de Janeiro. A melhoria da qualidade do diesel usado nos ônibus urbanos, programas de controle de emissões veiculares e o aumento da frota de veículos biocombustíveis estão contribuindo, aos poucos, para reduzir as emissões nos grandes centros urbanos. Mesmo assim, é o setor de transportes que nas áreas urbanas da América Latina ainda é o responsável pelo maior volume de gases poluentes. O Brasil, com uma frota veicular que aumentou bastante nos últimos anos, é o maior emissor deste tipo de gases na América Latina, contribuindo com 23% do volume de todas as emissões.
Outra fonte geradora de gases de efeito estufa (GEE) é o resíduo, principalmente o doméstico, ainda depositado em aterros, e cuja decomposição libera grandes volumes de metano (CH4); gás que tem um efeito muito mais prejudicial do que o dióxido de carbono (CO²), emitido por motores à combustão interna.
Os grandes focos de emissão de GEE são as grandes cidades. Por isso, prefeitos das maiores cidades do mundo, formando o grupo denominado C-40, decidiram, durante a Rio+20, reduzir um volume total de 1,7 bilhões de toneladas de emissões de GEE até o ano 2030. O grupo congrega 59 cidades em todo o mundo, reunindo 554 milhões de habitantes e respondendo por 21% do PIB mundial. Do Brasil fazem parte do grupo as metrópoles de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.
Mas o problema das emissões não se limita somente ao transporte urbano. As indústrias também têm um impacto considerável no volume total dos gases gerados e já estão dando sua contribuição nos países desenvolvidos, assumindo metas individuais de redução, negociadas com os órgãos ambientais de seus países. Acompanhando este esforço, o setor industrial brasileiro recentemente se comprometeu a reduzir suas emissões de CO² até 2020. A iniciativa faz parte do "Plano Indústria"; um acordo de cooperação técnica assinado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com os Ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e do Meio Ambiente. A cooperação gerará um plano a ser definido até 2015, que quando introduzido proporcionará uma redução de emissões em 5% até 2020. Os primeiros setores industriais a serem envolvidos serão as indústrias de alumínio, cimento, papel e celulose; químico, cal vidro e ferro-gusa, responsáveis pelos maiores volumes de gases poluentes.
O próximo setor a ser envolvido em ações semelhantes é o agropecuário, que em todo o mundo é um dos maiores contribuintes na emissão de GEE. Nesta área, o Brasil já detém algumas iniciativas pioneiras, como o plantio direto e o uso de biomassa em grande quantidade para geração de energia. Por outro lado, o setor é um grande contribuinte no volume de emissões; tanto por causa da criação de gado, quanto da agricultura e a inerente derrubada de vegetação nativa.
(Imagem: fotografia de Fred Korth)
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