Euclydes Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu em Cantagalo, no Rio de Janeiro, em 20 de janeiro de 1866 e morreu em 15 de agosto de 1909 na mesma cidade. Era filho de Manuel Rodrigues Pimenta da Cunha e Eudóxia Alves Moreira da Cunha.
Em 1883 ingressa no Colégio
Aquino, onde foi aluno de Benjamin Constant, que
muito influenciou a sua formação, apresentando-o à filosofia positivista.
Em 1885, ingressa na Escola
Politécnica, e no ano seguinte, na Escola Militar da Praia Vermelha,
onde novamente encontra Benjamin Constant como professor. Ingressou no
jornal “A Província de S. Paulo” — hoje “O
Estado de S. Paulo” — enquanto recebia título de bacharel e
primeiro-tenente. Contagiado pelo ardor republicano dos cadetes e de Benjamin
Constant, professor da Escola Militar, durante uma revista às tropas atirou sua
espada aos pés do ministro da Guerra Tomás Coelho.
A liderança da Escola tentou atribuir o ato à "fadiga por excesso de
estudo", mas Euclydes negou-se a aceitar esse veredito e reiterou suas
convicções republicanas. Por esse ato de rebeldia, foi julgado pelo Conselho de
Disciplina. Em 1888, desligou-se do Exército.
Proclamada a República, foi reintegrado ao Exército recebendo promoção. Ingressou
na Escola Superior de Guerra e conseguiu
tornar-se primeiro-tenente e bacharel em Matemáticas, Ciências
físicas e naturais. Casou-se com Ana Emília Ribeiro, filha do major Sólon Ribeiro, um dos
líderes da proclamação da República. Em 1891, deixou a Escola de Guerra e foi
designado coadjuvante de ensino na Escola Militar. Em 1893, praticou na Estrada de Ferro Central do Brasil.
Em 1897, tornou-se
jornalista correspondente de guerra e cobriu alguns dos principais
acontecimentos da Guerra de Canudos, conflito dos sertanejos da
Bahia liderado pelo religioso Antônio Conselheiro contra o Exercito
Brasileiro. Os escritos de sua experiência em Canudos renderam-lhe
a publicação de “Os Sertões”, considerado uma obra notável do
movimento pré-modernista que, além de narrar a
guerra, relata a vida e sociedade de um povo negligenciado e esquecido pela
metrópole.
Reconhecido por seu
trabalho, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em
1903. Viajou para a região norte do Brasil em uma campanha de demarcação de
suas fronteiras, a qual chefiou. Esta experiência resultou em sua obra
póstuma “À Margem da História”, onde denunciou a exploração dos seringueiros na
floresta.
Visando a uma vida mais
estável, o que se mostrava impossível na carreira de engenheiro, Euclides
prestou concurso para assumir a cadeira de Lógica do Colégio Pedro II. O filósofo Farias Brito foi o primeiro colocado,
mas a lei previa que o presidente da república escolheria o catedrático entre
os dois primeiros. Graças à intercessão de amigos, Euclides foi nomeado. Após a
morte de Euclides, Farias acabaria ocupando a cátedra em questão.
Foi eleito em 21 de setembro
de 1903 para a cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras na
sucessão de Valentim Magalhães, e recebido em 18 de
dezembro de 1906 pelo acadêmico Sílvio Romero.
Seu casamento com Ana Emília Ribeiro foi marcado pela
infidelidade de sua esposa, que teve dois filhos fora do casamento, frutos de
seu caso extraconjugal com o militar Dilermando de Assis. Ao saber do caso, Euclydes
tentou assassinar o amante de sua esposa, contudo foi morto por este em 15 de
agosto de 1909, no que ficou conhecido como "Tragédia da Piedade".
Obras de Euclides da Cunha: Os Sertões, 1902; Contrastes e Confrontos, 1906; Peru
Versus Bolívia, 1907; Castro Alves e
o Seu Tempo, 1908; À Margem da
História, 1909.
Frases de Euclides da Cunha
“Estamos condenados à civilização. Ou progredimos ou desaparecemos.”
Os Sertões;
“Não há exemplo mais típico de um progresso às recuadas. Vamos para o
futuro sacrificando o futuro, como se andássemos nas vésperas do dilúvio.
Iludimos a crise financeira e o preço alto do carvão de pedra atacando em cheio
a economia da terra, e diluindo cada dia no fumo das caldeiras alguns hectares
de nossa flora.” Contrastes e confrontos;
“Amazônia, ainda sob o aspecto estritamente físico, conhecemo-la aos
fragmentos.” À margem da história;
“A exploração capitalista é assombrosamente clara, colocando o
trabalhador num nível inferior ao da máquina.” Contrastes e confrontos;
“Há alguma coisa extraterrestre naquela natureza anfíbia, misto de água
e de terras, que se oculta, completamente nivelada, na sua própria grandeza. E
sente-se bem que ela permaneceria para sempre impenetrável se não se
desentranhasse em preciosos produtos adquiridos de pronto sem a constância e a
continuidade das culturas. As gentes que a povoam talham-se-lhe pela braveza.
Não a cultivam, aformoseando-a: domam-na.” À margem da história;
“O sertão é o homizio. Quem lhe rompe as trilhas, ao divisar à beira da
estrada a cruz sobre a cova do assassinado, não indaga do crime. Tira o chapéu,
e passa.” Os Sertões.
Fontes consultadas: Wikipedia; site ebiografia - Dilva Frazão; site Academia Brasileira de Letras; livros “Os sertões”, “À margem da história”; “Migalhas de Euclides da Cunha” e Site Pensador)
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