Francisco de Assis Barbosa nasceu em Guaratinguetá, SP a 21 de janeiro de 1914 e faleceu no Rio de Janeiro em 8 de dezembro de 1991. Foi jornalista, biógrafo, ensaísta, historiador e imortal da Academia Brasileira de Letras. Filho de Benedito Lourenço Leme Barbosa e Adelaide Limongi Barbosa, iniciou seus estudos em Guaratinguetá e completou o secundário em Lorena, SP. No ano de 1931 ingressou na Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Assis
Barbosa iniciou sua atividade de jornalista ainda estudante. Junto com os
colegas Donatelo Grieco e Fernando de Castro lançou o jornal “Polêmica”,
passando depois a redator-chefe da revista “A época”, órgão oficial do corpo
discente da Faculdade. Também ocupou postos de destaque na redação dos
seguintes jornais e revistas: “A Noite” (1934) e “O Imparcial”
(1935); “A Noite”, “A Noite Ilustrada”, ”Vamos Ler”, “Carioca”, “Diretrizes”
(1936 a 1942); e também foi colaborador da “Revista do Globo”, redator do “Correio
da Manhã” (1944), do “Diário Carioca”, “Folha da Manhã” (de São
Paulo) e “Última Hora” (1951 a 1956). Também atuou como editor dos “Cadernos
do Jornal do Brasil comemorativos do IV Centenário da Fundação da
Cidade do Rio de Janeiro” (1965).
Junto
com suas atividades jornalísticas Assis Barbosa ocupou cargos administrativos e
de assessoria editorial: foi técnico de educação, servindo na seção de
publicações do Instituto Nacional do Livro sob a chefia de Sérgio Buarque de
Hollanda; secretário-executivo na elaboração do “Manual Bibliográfico de
Estudos Brasileiros”, dirigido pelo professor americano William Berrien (1943);
assessor de W. M. Jackson Editores (1950); redator dos “Anais e Documentos
Parlamentares” (1956); redator da “Encyclopaedia Britannica”; coordenador da
seção de História do Brasil da Enciclopédia Barsa (1961 a 1965); e coeditor da
Enciclopédia Mirador Internacional (1971) e diretor da “Revista do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro” a partir de 1966.
Foi
um dos fundadores da Associação Brasileira de Escritores (ABDE), presidida por
Manuel Bandeira e teve destacada atuação ao organizar, com Aníbal Machado, o 1º
Congresso Brasileiro de Escritores, realizado em São Paulo (1945); encontro que
teve repercussão nacional e no qual foi eleito secretário-geral, sendo Aníbal
Machado o presidente.
Atuou
como assessor de documentação da Presidência da República no Governo Juscelino
Kubitschek e Procurador de 1a Categoria do Estado da Guanabara (1960 a 1965).
Foi vice-presidente da Fundação Padre Anchieta, a TV Cultura de São Paulo
(1975), quando também foi contratado para elaborar o plano de remodelação do
sistema arquivístico do Estado de São Paulo. No ensino superior, foi assistente
da direção da Faculdade Nacional de Filosofia, quando então era diretor da
instituição San Tiago Dantas (1944). Em 1968 ocupou o cargo de professor
visitante da Universidade de Wisconsin, ministrando curso de História das
Ideias Políticas no Brasil.
Em
1977 passou a integrar o corpo de diretores da Fundação Casa de Rui Barbosa,
chefiando o Centro de Estudos Históricos. Como participante de entidade e
órgãos culturais, foi nomeado em 1975 para o Conselho Federal de Cultura,
passando a integrar a Câmara de Letras. Eleito presidente da Comissão de Literatura
de São Paulo em 1976 e foi membro do CONDEPHAT (São Paulo) e representante do
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Entre
os vários livros desse escritor voltado aos assuntos e problemas brasileiros,
destaca-se a biografia Juscelino Kubitschek, uma revisão na política brasileira
e diversos prefácios às obras de vários autores que constituem verdadeiros
ensaios.
Sétimo
ocupante da Cadeira 13, eleito em 19 de novembro de 1970, na sucessão de
Augusto Meyer e recebido em 13 de maio de 1971 pelo Acadêmico Marques Rebelo.
Recebeu os Acadêmicos Carlos Chagas Filho e Orígenes Lessa.
As
principais obras de Francisco de Assis Barbosa, incluem: Brasileiro tipo 7, ensaio (1934); Os homens não falam demais, reportagem, em colaboração com Joel Silveira (1942);
A vida de Lima Barreto, biografia
(1952); Retratos de família, ensaios
(1954); Machado de Assis em miniatura,
biografia (1957); Encontro com
Roquette-Pinto, ensaio (1957); Achados
do vento, ensaio (1958); Lima Barreto,
introdução e antologia (1960); Juscelino
Kubitschek Uma revisão na política brasileira, biografia (1962); Nominata carioca, história (1965); História do povo brasileiro (fase
nacional), em colaboração com Afonso Arinos de Melo Franco e Antonio
Houaiss (1968).
Frases de Francisco Assis Barbosa
“A empresa dos portugueses nos trópicos era
algo superior às suas forças. No primeiro século da descoberta, frei Vicente do
Salvador reclamava, talvez impacientemente, contra a negligência dos
portugueses, que, ‘sendo grandes conquistadores de terras, não se aproveitam
delas, mas contentam-se de as andar arranhando ao longo do mar como caranguejos’.
Os povoadores insistiam em permanecer no litoral, estabelecendo-se
sistematicamente nas praias e daí não arredando pé, dirá um historiador
paulista do nosso século, realçando a ação dos jesuítas, com Nóbrega à frente,
preocupados em ‘descobrir a terra’, varar as serras, furar os sertões.”;
“Efetivamente, como pouca gente letrada no
Brasil hoje ignora, o romance de Lima Barreto é uma sátira ao Correio da Manhã,
escolhido dentre os demais por ser o de maior sucesso, o mais representativo, o
mais típico, o mais retratável dos órgãos da imprensa da época.”;
“Em São Paulo, os grupos socialistas chegaram
a manter jornais de apreciável circulação, publicados em língua italiana, como
Avanti e La Battaglia. Foi de lá que partiu o primeiro grito de solidariedade
aos revolucionários russos de 1904, como um manifesto ‘às sociedades, aos
círculos e a todos os homens de coração”, assinado quase somente por imigrantes
europeus. Gente como Alexandre Czerkiewicz, Antônio Piccarolo, Oreste Ristori,
Neno Vasco, nomes que depois se tornariam familiares aos que se dedicavam ao
movimento operário.”;
“Ele, que se incluía na parte proscrita da
população, fazia questão de aparecer sujo e malvestido na Rua do Ouvidor. E ali
ficava, com o seu ‘esbodegado vestuário’, que constituía, afinal, a sua
elegância e a sua pose, num apuro masoquista, a comparar os seus andrajos com
as roupas da última moda. ‘Isto acontece principalmente’, confessa o romancista,
‘nos dias em que estou sujo e barbado’.”;
“No
Rio, tudo continuava na mesma. Os grandes nomes da revolução estética ainda não
se haviam revelado. Por esse tempo, seria interessante lembrar, o mestre da
música moderna no Brasil, Villa - Lobos, era um desconhecido violoncelista de
cabaret e o grande Manuel Bandeira, que ensaiara os seus primeiros versos
livres com o Carnaval, publicado em 1919, viviam completamente arredio à
agitação da vida literária.”.
(Fontes consultadas: Wikipedia; Academia Brasileira de Letras; livro “A vida de Lima Barreto”)
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