Não há dúvida de que uma escolha é uma ação consciente do indivíduo. Aqueles que dizem que um homem pode escolher o que gosta, não estão fazendo uma declaração que conflite no menor grau com o determinismo. O determinista diz tão claramente quanto qualquer um, que eu ajo da maneira como escolhi fazer. A verdadeira questão é por que eu escolho isso em vez daquilo? Por que a ‘vontade’ se pronuncia a favor de um desejo em vez de outro? Ninguém pode acreditar que todos os desejos são de igual força ou valor para uma pessoa. Tal suposição seria absurda demais para ser um argumento sério. Mas se todos os desejos não são de igual força e valor, a única conclusão que resta é que certos desejos são concretizados pelo indivíduo porque são, para este indivíduo, de maior valor do que outros. E nesse caso, estamos simplesmente reafirmando o determinismo. A ação do ambiente é condicionada pela natureza do organismo. A reação do organismo é condicionada pelo caráter do ambiente.
O resultante é um composto dos dois. É, além disso, um absurdo falar da ‘vontade’ ou do eu como se isso fosse algo à parte das várias fases da consciência. Na disputa de sentimentos e desejos que evocam deliberação, o indivíduo está igualmente envolvido em todos os aspectos do processo. Como o professor (William) James (psicólogo e filósofo americano) aponta, ‘tanto o esforço quanto a resistência são nossos, e a identificação do nosso eu com um desses fatores é uma ilusão e um truque de fala’. Meu ‘eu’ e meus estados mentais não são duas coisas distintas; eles constituem a mim mesmo, e se estes forem eliminados, não restará um ‘eu’.” (Cohen, págs. 39 e 40).
Champman Cohen (1868-1954), pensador, escritor e palestrante inglês em Determinism or Free Will? (Determinismo ou livre-arbítrio?)
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