COP 21: desta vez o mundo espera resultados

sábado, 12 de dezembro de 2015
"Uma das coisas mais belas do budismo é que ele não venera Buda como um deus ou uma divindade, mas o celebra como um exemplo de pessoa comum, como você e eu, que aplicou boa dose de disciplina e bondade à técnica de meditação e que, como consequência, abriu amplamente sua mente e seu coração."  -  Lodro Rinzler  -  Budismo na mesa do bar

De 30 de novembro a 11 de dezembro de 2015, ocorrerá em Paris um dos mais importantes fóruns mundiais sobre o futuro do planeta. A COP21 (21ª Conferência das Partes), ou Conferência sobre o Clima de Paris, organizada pela ONU, reunirá praticamente todos os países do mundo, para discutir e firmar um acordo sobre o clima, de modo a manter o aumento da temperatura média do planeta abaixo dos 2ºC, até o final deste século. A conferência deverá trazer a Paris mais de 50 mil participantes, entre os quais delegações oficiais dos países participantes, representantes do setor empresarial, líderes políticos, cientistas, ONGs e o público em geral, envolvido e interessado no tema.
Como a grande maioria de nós não terá oportunidade de participar deste evento, é importante que acompanhemos os resultados das discussões e dos acordos através da mídia. A primeira COP ocorreu há exatamente 20 anos, em Berlim. Durante estas duas décadas o mundo tem passado por grandes mudanças climáticas - de maneira cada vez mais acentuada -, sem que as nações conseguissem chegar a um acordo global sobre a redução das emissões de gases que causam o efeito estufa e as mudanças do clima. Esta poderá ser a última oportunidade que a humanidade terá em evitar o aumento excessivo da temperatura média da atmosfera terrestre, com todas as suas consequências.
Felizmente, em 2015, as condições para um acordo são muito mais favoráveis, já que pesquisas foram aprofundadas e o grau de conscientização aumentou. Basta lembrar que quando o tema das mudanças climáticas começou a aparecer na mídia, a maior parte da opinião pública reagiu com ceticismo. Cientistas, financiados por empresas de petróleo, prepararam estudos negando a influência da ação do homem sobre o clima. Os Estados Unidos, a maior economia do planeta, sempre foram contra a proposta de redução de emissões, alegando que a providência geraria custos adicionais para as suas empresas. Hoje, no entanto, é consenso de que a humanidade, através de sua atividade econômica, está emitindo uma razoável quantidade de gases, que provocam o aquecimento da atmosfera. Estados Unidos e China, as duas economias mais poluidoras, participarão da COP21 com propostas concretas.
As mudanças climáticas contribuem (sem serem sua única ou principal causa) para as secas prolongadas, chuvas torrenciais, aumento da potência de tornados, furacões e nevascas; picos de temperatura em curto espaço de tempo; e aumento gradual do nível do mar, entre outros fenômenos. O impacto destes acontecimentos sobre a economia e o bem estar da população mundial, já começam a ser percebidos.
O principal resultado a ser esperado da COP21 é que todos os países - principalmente os grande emissores como a China, os Estados Unidos, o Brasil, a Indonésia, a Rússia, a Alemanha, a Índia e o Japão, entre outros - assumam compromissos efetivos de redução de suas emissões. Outro aspecto esperado é que sejam criados mecanismos políticos, financeiros e tecnológicos para que gradualmente, o mundo possa reduzir a descarga de gases na atmosfera.
No Brasil, temos experiência com promessas vazias. Assim, caberá à população cobrar ações do governo e do Congresso, atualizando, detalhando e implantando o que está esboçado na Política Nacional de Mudanças Climáticas (Veja: http://www.mma.gov.br/clima/politica-nacional-sobre-mudanca-do-clima).
(Imagens: cenas do filme Nosferatu em 1922)

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