Leituras diárias

quinta-feira, 7 de março de 2024


 

“O socialismo é entendido como uma etapa superior à do capitalismo desenvolvido. Ele pressupõe, na concepção leninista, a assimilação do saber, da ciência, da cultura burguesa, ao lado de um desenvolvimento das forças produtivas superior à dos países capitalistas avançados.

A revolução cultural pregada por Lenin significava um amplo esforço educacional, técnico e científico, a fim de difundir, entre a massa da população, o que existia de mais avançado na cultura burguesa. A revolução cultural nada tem a ver com a ideia de uma “cultura proletária”, frequentemente ironizada por ele como uma criação de “burgueses intelectuais” que tentam apresentar “suas ideias mais absurdas, incongruentes e sobrenaturais como uma arte puramente proletária”. Em outras passagens, ele voltaria a criticar os que “se perdem no empíreo da cultura proletária”... “quando muita coisa ainda nos falta para atingir um verdadeiro padrão cultural”. E, finalmente, em seu último artigo, Lenin tornaria a lembrar “os jovens comunistas e literatos”, que “nós estaríamos muito satisfeitos com uma verdadeira cultura burguesa” em lugar da “cultura burocrática ou feudal” que existiria na Rússia.” (Rodrigues & De Fiore, págs. 49-50)

 

Leôncio Martins Rodrigues e Ottaviano De Fiore, Lenin, capitalismo de Estado e burocracia

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